segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

No Angelus deste domingo, Papa deplora vivamente atentado de Alessandria e a estratégia da violência contra os cristãos do Iraque. Saúda também famílias congregadas no centro de Madrid

Pope Benedict XVI waves to the faithful from the window of his apartment during his Sunday Angelus prayer in St. Peter's square at the Vatican on January 2, 2011. Pope Benedict XVI condemned the 'cowardly' New Year's Eve suicide attack on a church in Egypt which killed 21 people and left scores injured.


(2/1/2011) O atentado cometido na noite de Ano Novo, em Alexandria do Egipto, à saída de uma igreja copta provocando a morte de 21 fiéis e ferindo dezenas deles, foi vigorosamente deplorado pelo Papa neste domingo ao meio-dia, por ocasião do Angelus, com os fiéis congregados na Praça de São Pedro.

“Este vil gesto de morte, como também o de colocar bombas agora até mesmo junto das casas dos cristãos no Iraque para os obrigar a partir, ofende Deus e a toda a humanidade, que precisamente ontem rezou pela paz e iniciou com esperança um novo ano. Perante esta estratégia de violência que toma como alvo os cristãos, e tem consequências sobre toda a população, rezo pelas vítimas e seus familiares e encorajo as comunidades eclesiais a perseverarem na fé e no testemunho de não violência que nos vem do Evangelho.”

Neste contexto, Bento XVI recordou também os “numerosos agentes pastorais assassinados em 2010 em várias partes do mundo”:

“A eles vai igualmente a nossa afectuosa recordação diante do Senhor. Permaneçamos unidos em Cristo, nossa esperança e nossa paz!”

Na sua alocução antes do Angelus, o Papa comentou brevemente o Evangelho deste segundo domingo depois do Natal: o Prólogo de São João, texto admirável (disse) que, em forma de hino, exprime o mistério da Incarnação.

“Quando lemos ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus’, o Evangelista – tradicionalmente comparado com uma águia – eleva-se acima da história humana, perscrutando as profundidades de Deus; mas rapidamente, seguindo o seu Mestre, regressa à dimensão terrena dizendo ‘E o Verbo se fez carne’.

O Verbo é uma realidade viva: um Deus que se comunica fazendo-se Ele próprio Homem. De facto, atesta João, ‘veio a habitar no meio de nós, e nós contemplámos a sua glória”.

Para além dos muitos fiéis congregados para escutar o Papa, na Praça de São Pedro, sob um sol invernal, em Madrid uma multidão mais numerosa ainda se encontrava reunida na imensa Praça de Colombo, sintonizados com Roma, para poderem escutar a mensagem de Bento XVI. Tratava-se de uma manifestação de famílias, congregadas para celebrar o valor do matrimónio e da família, tendo como lema “A família cristã, esperança para a Europa”, como recordou o Papa:

“Queridos irmãos, convido-vos a serdes fortes no amor e a contemplar com humildade o mistério do Natal, que continua a falar ao coração e se converte em escola de vida familiar e fraterna”.

Convidando a contemplar a família de Nazaré, o Papa recordou que, seguindo esse exemplo, as famílias cristãs hão-de ser “autênticos santuários de fidelidade, respeito e compreensão, onde se transmite também a fé, se fortalece a esperança e se revigora a caridade”.

“Encorajo todos a viverem com renovado entusiasmo a vocação cristã no seio do lar, como genuínos servidores do amor que acolhe, acompanha e defende a vida… Que Deus vos abençoe sempre”.