sábado, 31 de dezembro de 2011

Te Deum

Disponibilizamos aos nossos leitores o Te Deum, hino de ação de graças cantado tradicionalmente dia 31 de dezembro pelos benefícios recebidos no ano que termina.

Lembramos que a Igreja concede Indulgência Plenária a todas as pessoas que, em comunidade, nas igrejas e oratórios públicos ou semipúblicos, rezarem ou cantarem  o  Te Deum em ação de graças no último dia do ano civil (cf. Enchir. Indulgentiarum, n. 60).

Oferecemos a partitura gregoriana e o mp3 do Te Deum.

Te Deum laudamus
te Dominum confitemur.
Te æternum Patrem omnis terra veneratur.
Tibi omnes Angeli; tibi cæli et universæ Potestates;
Tibi Cherubim et Seraphim incessabili voce proclamant:
Sanctus, Sanctus, Sanctus,
Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt caeli et terra maiestatis gloriæ tuæ.
Te gloriosus Apostolorum chorus,
Te Prophetarum laudabilis numerus,
Te Martyrum candidatus laudat exercitus.
Te per orbem terrarum
sancta confitetur Ecclesia,
Patrem immensæ maiestatis:
Venerandum tuum verum et unicum Filium;
Sanctum quoque Paraclitum Spiritum.
Tu Rex gloriæ, Christe.
Tu Patris sempiternus es Filius.
Tu ad liberandum suscepturus hominem,
non horruisti Virginis uterum.
Tu, devicto mortis aculeo,
aperuisti credentibus regna cælorum.
Tu ad dexteram Dei sedes, in gloria Patris.
Iudex crederis esse venturus.
Te ergo quæsumus, tuis famulis subveni:
quos pretioso sanguine redemisti.
Æterna fac cum sanctis tuis in gloria numerari.
Salvum fac populum tuum, Domine,
et benedic hereditati tuæ.
Et rege eos, et extolle illos usque in æternum.
Per singulos dies benedicimus te;
Et laudamus Nomen tuum in sæculum, et in sæculum sæculi.
Dignare, Domine, die isto sine peccato nos custodire.
Miserere nostri Domine, miserere nostri.
Fiat misericordia tua, Domine, super nos,
quemadmodum speravimus in te.
In te, Domine, speravi:
non confundar in æternum.


Letra em português:


A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Santas Missas Forma Extraordinária do Rito Romano em Fortaleza - CE - São Silvestre e Oitava do Santo Natal

 

Sábado na Oitava do Natal
Comemoração de São Silvestre
31 de dezembro
18h30
Capela da Casa de Maria
Rua Nunes Valente 3886 – Tauape
(esquina com R. Monsenhor Salazar - Próximo ao posto de gasolina)
Fone: 85 3227 3628

OITAVA DO NATAL DE NOSSO SENHOR
Primeiro de Janeiro
Domingo
10h30
Paróquia São João Batista do Tauape
Endereço: Rua Capitão Gustavo, 3940 – Tauape
(esquina com R. Monsenhor Salazar)
Fone: 85 3257 6797


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Um Novo Movimento Litúrgico? Por quê? Responde Bento XVI


Publicamos para a reflexão dos nossos leitores um texto fundamental para a compreensão do pensamento de Bento XVI a respeito da situação litúrgica da Igreja .

Que a sua leitura ou releitura possa contribuir para que cada vez mais possamos lutar pelo crescimento de um Novo Movimento Litúrgico nos nossos dias como pede o Santo Padre, pedido este que  vem sendo atendido por tantos bispos, sacerdotes e fiéis em todas as partes e que só pode ser descartado por espíritos voluntariamente superficiais, como ele mesmo diz em introdução que fez a uma obra do grande liturgista Klaus Gamber

Bento XVI, A Minha Vida, Lisboa: Livros do Brasil, 2010, pp.106-108

O segundo grande acontecimento que ocorreu no começo dos meus anos de Ratisbona foi a publicação do "Missal", de Paulo VI, com a proibição quase total do "Missal" anterior, após uma fase de transição de cerca de seis meses. O facto de, após um período de experiências, que amiúde desfiguraram por completo a liturgia, se passar a ter um texto litúrgico vinculativo, era de saudar como algo seguramente positivo. Mas fiquei estupefacto com a proibição do "Missal" antigo, dado que nunca na história da liturgia se verificara uma situação semelhante. Quis-se passar a ideia de que era uma coisa normal. O "Missal" anterior tinha sido publicado por Pio V em 1570, na sequência do Concílio de Trento; era portanto normal que, passados quatrocentos anos e um novo Concílio, um novo papa publicasse um novo "Missal". Mas a verdade histórica é outra. Pio V limitara-se a reelaborar o "Missal" romano que se utilizava na época, coisa que aliás sempre acontecera ao longo dos séculos. Por seu lado, muitos dos seus sucessores reelaboraram ulteriormente este "Missal", sem nunca, porém, contraporem um "Missal" ao outro. Tratou-se sempre de um processo contínuo de crescimento e de purificação, em que, no entanto, a continuidade nunca era posta em causa. Um "Missal" de Pio V que tenha sido criado por ele, simplesmente nunca existiu. O que existe é a reelaboração que ele mandou fazer, como fase de um longo processo de crescimento histórico. A novidade, após o Concílio de Trento, foi de outra natureza: a invasão súbita da reforma protestante fizera-se sentir sobretudo na modalidade das reformas litúrgicas.

Não havia simplesmente uma Igreja católica e uma Igreja protestante, postas uma ao lado da outra, a divisão da Igreja ocorreu quase imperceptivelmente e teve a sua manifestação mais visível e historicamente mais incisiva nas mudanças ao nível da liturgia. Estas mudanças resultaram de tal maneira diversificadas ao nível local, que o limite entre o que era e não era católico se tornou, amiúde, bem difícil de definir. Esta situação de confusão, criada pela ausência de uma normativa litúrgica unitária e pelo pluralismo litúrgico herdado da Idade Média, fez com que Pio V decidisse que o "Missale Romanum", o texto da liturgia da cidade de Roma, por ser seguramente católico, devia ser introduzido em todo o lado onde não houvesse uma liturgia com, pelo menos, duzentos anos de existência. Onde este critério se verificava, podia manter-se a liturgia anterior, dado que o seu carácter católico era considerado seguro. Não se pode, por isso, falar de uma proibição relativa aos "Missais" anteriores e até ao momento regularmente aprovados.


Agora, pelo contrário, a promulgação do impedimento do "Missal" que se tinha desenvolvido ao longo dos séculos, desde o tempo dos sacramentais da Igreja antiga, implicou uma ruptura na história da liturgia, cuja consequências não podiam deixar de ser trágicas. Tal como já tinha acontecido muitas vezes, era razoável e plenamente em linha com as disposições do Concílio que se fizesse uma revisão do "Missal", sobretudo, tendo em consideração a introdução das línguas nacionais. Mas nesse momento aconteceu algo mais: destruiu-se o edifício antigo e, embora utilizando o material e o projecto deste, construiu-se um novo.

Não há dúvida de que, em algumas partes, este novo "Missal" trouxe verdadeiros melhoramentos e um real enriquecimento. Contudo, o facto de ter sido apresentado como um edifício novo - contraposto ao que fora construído ao longo da história - que se proibisse este último e que, de certa maneira, se concebesse a liturgia já não como um processo vital, mas como um produto de erudição especializada e de competência jurídica, trouxe-nos danos extremamente graves. Com efeito, deste modo desenvolveu-se a ideia de que a liturgia se "faz", de que não é uma realidade que exista antes de nós, - algo de "dado" -, mas que depende das nossas decisões. Consequentemente, esta capacidade de decisão não é só reconhecida aos especialistas ou a uma autoridade central, mas também em definitivo a qualquer comunidade que queira ter uma liturgia própria. O problema é que, quando a liturgia é algo que cada qual pode fazer à sua maneira, ela deixa de nos poder dar aquela que é a sua verdadeira qualidade: o encontro com o mistério, que não é produto das nossas acções, mas a nossa origem e a fonte da nossa vida. Para a vida da Igreja, é dramaticamente urgente um renovamento da consciência litúrgica, uma reconciliação litúrgica, que volte a reconhecer a unidade da história da liturgia e compreenda o Vaticano II não como ruptura, mas como momento evolutivo. Estou convencido de que a crise eclesial em que actualmente nos encontramos depende, em grande parte, da decadência da liturgia, que, por vezes, é mesmo concebida "etsi Deus non daretur": "como se se já não interessasse se Deus está ou não presente nela", se Ele nos fala e ouve ou não. Mas se na liturgia já não aparece a comunhão da fé, a unidade universal da Igreja e da sua história, o mistério de Cristo vivo, de que modo é que a Igreja manifesta a sua substância espiritual? Nesse caso, a comunidade celebra-se apenas a si mesma, coisa que não tem qualquer valor. E dado que a comunidade em si mesma não pode subsistir, mas é criada, na fé e como unidade, pelo próprio Senhor, torna-se inevitável que, nestas condições, se chegue ao ponto da fragmentação em partidos de todo o género, à contraposição partidária numa Igreja que se dilacera a si mesma. É por isso que precisamos de um novo movimento litúrgico, que recupere a verdadeira herança do Concílio Vaticano II

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Cardenal Ranjith: Llegó el momento para que seamos valientes en trabajar por una verdadera reforma de la reforma y también en un retorno a la verdadera liturgia de la Iglesia

The New Liturgical Movement publica una carta del Cardenal Albert Malcolm Ranjith , antiguo Secretario de la Sagrada Congregación del Culto Divino y Disciplina de los Sacramentos, a los participantes de la 20ª Asamblea General de la Foederatio Internationalis Una Voce (FIUV), la cual se llevó a cabo el pasado mes de Noviembre en Roma.

    Quiero expresar en primer lugar, mi agradecimiento a todos ustedes por el celo y el entusiasmo con el que promueven la causa de la restauración de las verdaderas tradiciones litúrgicas de la Iglesia.

    Como ustedes saben, es la adoración la que aumenta la fe y su realización heroica en la vida. Es el medio con el que los seres humanos se elevan al nivel de lo trascendente y eterno: el lugar de un encuentro profundo entre Dios y el hombre.

     Por esta razón, la Liturgia nunca puede ser creada por el hombre. Porque si adoramos a la manera que queremos y establecemos las normas nosotros mismos, entonces corremos el riesgo de recrear el becerro de oro de Aarón. Tenemos que insistir constantemente en la adoración como la participación en lo que Dios mismo hace, de lo contrario corremos el riesgo de involucrarnos en la idolatría. El simbolismo Litúrgico nos ayuda a elevarnos por encima de lo que es humano a lo que es divino. En este sentido, es mi firme convicción de que el Vetus Ordo representa en gran medida y de la manera más satisfactoria, que llaman mística y trascendente, para el encuentro con Dios en la liturgia. Por lo tanto ha llegado el momento para nosotros de, no sólo renovar la nueva liturgia a través de cambios radicales, sino también de alentar más y más la vuelta del Vetus Ordo, como un camino para una verdadera renovación de la Iglesia, que fue la que los Padres de la Iglesia, sentados en el Concilio Vaticano Segundo, tanto desearon.

    La lectura cuidadosa de la Constitución conciliar sobre la Sagrada Liturgia, Sacrosanctum Concilum, muestra que los cambios introducidos en la Liturgia más tarde, nunca estuvo en la mente de los Padres del Concilio.

    Por lo tanto ha llegado el momento para que seamos valientes en trabajar por una verdadera reforma de la reforma y también en un retorno a la verdadera liturgia de la Iglesia, que había desarrollado a lo largo de su historia bi-milenaria en un flujo continuo. Deseo y rezo para que suceda.

    Que Dios bendiga sus esfuerzos con el éxito.

+ Malcolm Cardinal Ranjith
Arzobispo of Colombo




Pro Misa Tradicional en Ciudad Real           

domingo, 25 de dezembro de 2011

PALAVRAS DO SANTO PADRE BENTO XVI NA SANTA MISSA DA NOITE DE NATAL

Il presepe di Greccio, chiesa di San Francesco, Montefalco.

Amados irmãos e irmãs!

A leitura que ouvimos, tirada da Carta do Apóstolo São Paulo a Tito, começa solenemente com a palavra «apparuit», que encontramos de novo na leitura da Missa da Aurora: «apparuit – manifestou-se». Esta é uma palavra programática, escolhida pela Igreja para exprimir, resumidamente, a essência do Natal. Antes, os homens tinham falado e criado imagens humanas de Deus, das mais variadas formas; o próprio Deus falara de diversos modos aos homens (cf. Heb 1, 1: leitura da Missa do Dia). Agora, porém, aconteceu algo mais: Ele manifestou-Se, mostrou-Se, saiu da luz inacessível em que habita. Ele, em pessoa, veio para o meio de nós. Na Igreja antiga, esta era a grande alegria do Natal: Deus manifestou-Se. Já não é apenas uma ideia, nem algo que se há-de intuir a partir das palavras. Ele «manifestou-Se». Mas agora perguntamo-nos: Como Se manifestou? Ele verdadeiramente quem é? A este respeito, diz a leitura da Missa da Aurora: «Manifestaram-se a bondade de Deus (…) e o seu amor pelos homens» (Tt 3, 4). Para os homens do tempo pré-cristão – que, vendo os horrores e as contradições do mundo, temiam que o próprio Deus não fosse totalmente bom, mas pudesse, sem dúvida, ser também cruel e arbitrário –, esta era uma verdadeira «epifania», a grande luz que se nos manifestou: Deus é pura bondade. Ainda hoje há pessoas que, não conseguindo reconhecer a Deus na fé, se interrogam se a Força última que segura e sustenta o mundo seja verdadeiramente boa, ou então se o mal não seja tão poderoso e primordial como o bem e a beleza que, por breves instantes luminosos, se nos deparam no nosso cosmos. «Manifestaram-se a bondade de Deus (…) e o seu amor pelos homens»: eis a certeza nova e consoladora que nos é dada no Natal.

Na primeira das três leituras desta Missa de Natal, a liturgia cita um texto tirado do livro do Profeta Isaías, que descreve, de forma ainda mais concreta, a epifania que se verificou no Natal: «Um Menino nasceu para nós, um filho nos foi concedido. Tem o poder sobre os ombros, e dão-lhe o seguinte nome: “Conselheiro admirável! Deus valoroso! Pai para sempre! Príncipe da Paz!” O poder será engrandecido numa paz sem fim» (Is 9, 5-6). Não sabemos se o profeta, ao falar assim, tenha em mente um menino concreto nascido no seu período histórico. Mas isso parece ser impossível. Trata-se do único texto no Antigo Testamento, onde de um menino, de um ser humano, se diz: o seu nome será Deus valoroso, Pai para sempre. Estamos perante uma visão que se estende muito para além daquele momento histórico apontando para algo misterioso, colocado no futuro. Um menino, em toda a sua fragilidade, é Deus valoroso; um menino, em toda a sua indigência e dependência, é Pai para sempre. E isto «numa paz sem fim». Antes, o profeta falara duma espécie de «grande luz» e, a propósito da paz dimanada d’Ele, afirmara que o bastão do opressor, o calçado ruidoso da guerra, toda a veste manchada de sangue seriam lançados ao fogo (cf. Is 9, 1.3-4).

Deus manifestou-Se… como menino. É precisamente assim que Ele Se contrapõe a toda a violência e traz uma mensagem de paz. Neste tempo, em que o mundo está continuamente ameaçado pela violência em tantos lugares e de muitos modos, em que não cessam de reaparecer bastões do opressor e vestes manchadas de sangue, clamamos ao Senhor: Vós, o Deus forte, manifestastes-Vos como menino e mostrastes-Vos a nós como Aquele que nos ama e por meio de quem o amor há-de triunfar. Fizestes-nos compreender que, unidos convosco, devemos ser artífices de paz. Amamos o vosso ser menino, a vossa não-violência, mas sofremos pelo facto de perdurar no mundo a violência, levando-nos a rezar assim: Demonstrai a vossa força, ó Deus. Fazei que, neste nosso tempo e neste nosso mundo, sejam queimados os bastões do opressor, as vestes manchadas de sangue e o calçado ruidoso da guerra, de tal modo que a vossa paz triunfe neste nosso mundo.

Natal é epifania: a manifestação de Deus e da sua grande luz num menino que nasceu para nós. Nascido no estábulo de Belém, não nos palácios do rei. Em 1223, quando Francisco de Assis celebrou em Greccio o Natal com um boi, um jumento e uma manjedoura cheia de feno, tornou-se visível uma nova dimensão do mistério do Natal. Francisco de Assis designou o Natal como «a festa das festas» – mais do que todas as outras solenidades – e celebrou-a com «solicitude inefável» (2 Celano, 199: Fontes Franciscanas, 787). Beijava, com grande devoção, as imagens do menino e balbuciava-lhes palavras de ternura como se faz com os meninos – refere Tomás de Celano (ibidem). Para a Igreja antiga, a festa das festas era a Páscoa: na ressurreição, Cristo arrombara as portas da morte, e assim mudou radicalmente o mundo: criara para o homem um lugar no próprio Deus. Pois bem! Francisco não mudou, nem quis mudar, esta hierarquia objectiva das festas, a estrutura interior da fé com o seu centro no mistério pascal. Mas, graças a Francisco e ao seu modo de crer, aconteceu algo de novo: ele descobriu, numa profundidade totalmente nova, a humanidade de Jesus. Este facto de Deus ser homem resultou-lhe evidente ao máximo, no momento em que o Filho de Deus, nascido da Virgem Maria, foi envolvido em panos e colocado numa manjedoura. A ressurreição pressupõe a encarnação. O Filho de Deus visto como menino, como verdadeiro filho de homem: isto tocou profundamente o coração do Santo de Assis, transformando a fé em amor. «Manifestaram-se a bondade de Deus e o seu amor pelos homens»: esta frase de São Paulo adquiria assim uma profundidade totalmente nova. No menino do estábulo de Belém, pode-se, por assim dizer, tocar Deus e acarinhá-Lo. E o Ano Litúrgico ganhou assim um segundo centro numa festa que é, antes de mais nada, uma festa do coração.

Tudo isto não tem nada de sentimentalismo. É precisamente na nova experiência da realidade da humanidade de Jesus que se revela o grande mistério da fé. Francisco amava Jesus menino, porque, neste ser menino, tornou-se-lhe clara a humildade de Deus. Deus tornou-Se pobre. O seu Filho nasceu na pobreza do estábulo. No menino Jesus, Deus fez-Se dependente, necessitado do amor de pessoas humanas, reduzido à condição de pedir o seu, o nosso, amor. Hoje, o Natal tornou-se uma festa dos negócios, cujo fulgor ofuscante esconde o mistério da humildade de Deus, que nos convida à humildade e à simplicidade. Peçamos ao Senhor que nos ajude a alongar o olhar para além das fachadas lampejantes deste tempo a fim de podermos encontrar o menino no estábulo de Belém e, assim, descobrimos a autêntica alegria e a verdadeira luz.

Francisco fazia celebrar a santíssima Eucaristia, sobre a manjedoura que estava colocada entre o boi e o jumento (cf. 1 Celano, 85: Fontes, 469). Depois, sobre esta manjedoura, construiu-se um altar para que, onde outrora os animais comeram o feno, os homens pudessem agora receber, para a salvação da alma e do corpo, a carne do Cordeiro imaculado – Jesus Cristo –, como narra Celano (cf. 1 Celano, 87: Fontes, 471). Na Noite santa de Greccio, Francisco – como diácono que era – cantara, pessoalmente e com voz sonora, o Evangelho do Natal. E toda a celebração parecia uma exultação contínua de alegria, graças aos magníficos cânticos natalícios dos Frades (cf. 1 Celano, 85 e 86: Fontes, 469 e 470). Era precisamente o encontro com a humildade de Deus que se transformava em júbilo: a sua bondade gera a verdadeira festa.

Hoje, quem entra na igreja da Natividade de Jesus em Belém dá-se conta de que o portal de outrora com cinco metros e meio de altura, por onde entravam no edifício os imperadores e os califas, foi em grande parte tapado, tendo ficado apenas uma entrada com metro e meio de altura. Provavelmente isso foi feito com a intenção de proteger melhor a igreja contra eventuais assaltos, mas sobretudo para evitar que se entrasse a cavalo na casa de Deus. Quem deseja entrar no lugar do nascimento de Jesus deve inclinar-se. Parece-me que nisto se encerra uma verdade mais profunda, pela qual nos queremos deixar tocar nesta noite santa: se quisermos encontrar Deus manifestado como menino, então devemos descer do cavalo da nossa razão «iluminada». Devemos depor as nossas falsas certezas, a nossa soberba intelectual, que nos impede de perceber a proximidade de Deus. Devemos seguir o caminho interior de São Francisco: o caminho rumo àquela extrema simplicidade exterior e interior que torna o coração capaz de ver. Devemos inclinar-nos, caminhar espiritualmente por assim dizer a pé, para podermos entrar pelo portal da fé e encontrar o Deus que é diverso dos nossos preconceitos e das nossas opiniões: o Deus que Se esconde na humildade dum menino acabado de nascer. Celebremos assim a liturgia desta Noite santa, renunciando a fixarmo-nos no que é material, mensurável e palpável. Deixemo-nos fazer simples por aquele Deus que Se manifesta ao coração que se tornou simples. E nesta hora rezemos também e sobretudo por todos aqueles que são obrigados a viver o Natal na pobreza, no sofrimento, na condição de emigrante, pedindo que se lhes manifeste a bondade de Deus no seu esplendor, que nos toque a todos, a eles e a nós, aquela bondade que Deus quis, com o nascimento de seu Filho no estábulo, trazer ao mundo. Amen.

Libreria Editrice Vaticana

 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Locais de Missas Gregorianas no Brasil para o Santo Natal


Brasília – DF
24 de dezembro às 20h00
25 de dezembro às 17h00
Capela do Instituto Bíblico
Quadra 601, Norte
Brasília-DF.

Ceará
Fortaleza
24 de dezembro às 18h30
Casa de Maria
Rua Nunes Valente, 3886 Tauape (c/ Av. Mons. Salazar)

25 de dezembro as 10h30
Igreja São João Batista do Tauape
Rua Capitão Gustavo, 3940 (c/ Av. Mons. Salazar)
Fortaleza - CE


Pará
Belém
25 de dezembro ás 11h00
Igreja do Rosário.
Travessa Padre Prudêncio, 337- Bairro da Campina
Belém – PA

Pernambuco
Recife
25 de dezembro ás 12h00
Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares
Rua Nova – 309 – Santo Antônio
Recife – PE

Rio de Janeiro
Campos
Paróquia Pessoal do Imaculado Coração de
Nossa Senhora do Rosário de Fátima
Igreja Principal da Administração Apostólica
Av. Visconde de Alvarenga, 354/386 – Parque Leopoldina
24 de dezembro às 19h00 e 0h00
25 de dezembro às 09h15 e 18h00

Niterói
Paróquia Sagrados Corações
Vl Pereira Carneiro, 176 – Jardim Imperial
25 de dezembro as 10h00

Nova Iguaçu
Capela de Nossa Senhora das Mercês e São Sebastião
Estrada da Palhada s/n – Palhada.
24 de dezembro às 19h00

Paroquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São Judas Tadeu
Rua Taubaté, 12, Bairro Rodilândia
24 de dezembro às 22h00
25 de dezembro às 09h30
Capela de São José
Rua dos Teixeira, s/no. Bairro Caiçara
25 de dezembro às 07h00

Porciuncula
Paróquia Pessoal de Nossa Senhora Aparecida
Rua São Sebastião , 1027.
24 de dezembro às 0h00
25 de dezembro às 19h00

Rio de Janeiro
Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé
Rua Primeiro de Março – Centro
25 de dezembro às 09h00

Sepetiba
Convento de Santa Teresinha do Menino Jesus
Rua Bom Nome, 130, Sepetiba
25 de dezembro às 17h00

Volta Redonda
Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Rua Miguel Couto, 78 Jardim Amália I
25 de dezembro às 19h00


São Paulo
Jacareí
Capela Nossa Senhora de Fátima
Avenida São João, s/n – São João Jacareí – SP
24 de dezembro às 21h00
25 de dezembro às 09h00

Ribeirão Preto
Igreja São Benedito
R. Prudente de Morais, 667 – Centro – Ribeirão Preto.
24 de dezembro às 19hoo
25 de dezembro às 08h00

São Paulo
Capela de Santa Luzia e do Menino Jesus de Praga
Rua Tabatinguera, 104 – Bairro da Sé
24 de dezembro às 17h00
25 de dezembro às  11h00 e 16h00

Una Voce Brasil

Para todos os Locais de Missa na
Forma Extraordinária do Rito Romano no Brasil clique no link

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Hildegarda de Bingen será doctora de la Iglesia, por decisión de Benedicto XVI



Presentamos esta importante noticia, publicada hoy por el vaticanista Andrea Tornielli, sobre la próxima decisión de Benedicto XVI de proclamar “doctora de la Iglesia” a santa Hildegarda de Bingen. El Papa le ha dedicado dos catequesis y también hizo referencia una profecía suya al referirse al escándalo de los abusos sexuales desatado durante el Año Sacerdotal.

Ha comparado sus visiones a las de los profetas del Antiguo Testamento, la cita con frecuencia y le ha dedicado dos catequesis de los miércoles. La ha señalado como ejemplo de mujer teóloga, ha alabado sus composiciones musicales que todavía hoy se ejecutan, como también el coraje que la llevó a enfrentar a Federico Barbarroja, al cual comunicaba advertencias divinas. Benedicto XVI está muy vinculado a la figura de santa Hildegarda de Bingen y quiere proclamarla, en octubre de 2012, “doctora de la Iglesia”: un título raro y solemne, atribuido a santos que, gracias a su vida y a sus escritos, han sido iluminadores para la doctrina católica.

La Iglesia ha reconocido hasta hoy 33 “doctores”, treinta de los cuales hombres. Las mujeres en el elenco son sólo tres: Teresa de Ávila, Catalina de Siena y Teresita de Lisieux, las primeras dos proclamadas por Pablo VI en 1970, la última por Juan Pablo II en 1997. Ahora Ratzinger quiere añadir una cuarta al elenco, invitando así a las mujeres a seguir el ejemplo de la mística renana y a contribuir a la reflexión teológica.

Hildegarda, última de diez hermanos de la noble familia de los Vermesseheim, nació en 1098 en Bermesheim, en Renania, y murió con ochenta y un años en 1179. La etimología de su nombre significa “aquella que es audaz en la batalla”, una primera profecía que se habría realizado plenamente. Enviada por sus padres a la vida religiosa desde que tenía ocho años, se hizo benedictina en el monasterio de san Disibodo, luego se convirtió en priora de la comunidad femenina y, dado el número siempre creciente de aspirantes que llamaban a las puertas de su convento, decidió separarse del complejo monástico masculino trasladando su comunidad a Bingen, donde transcurrió el resto de su vida. Desde joven había recibido visiones místicas, que hacía poner por escrito a una hermana. Temiendo que fuesen sólo ilusiones, pidió consejo a san Bernardo de Claraval, que la tranquilizó. Y en 1147 obtuvo la aprobación del Papa Eugenio III que, mientras presidía un sínodo en Tréveris, leyó un texto de Hildegarda. El Pontífice la autorizó a escribir sus visiones y a hablar en público. Su fama se difundió pronto: sus contemporáneos le atribuyeron el título de “profetisa teutónica” y “sibila del Rin”.

La mística, santa para el pueblo pero nunca oficialmente canonizada, a cuya figura está dedicado el film “Vision”de Margarethe von Trotta, en su obra más conocida, Scivias (“Conoce los caminos”), resume en treinta y cinco visiones los eventos de la historia de la salvación, desde la creación del mundo hasta el fin de los tiempos. “Con los rasgos característicos de la sensibilidad femenina – ha dicho de ella Benedicto XVI -, Hildegarda, precisamente en la sección central de su obra, desarrolla el tema del matrimonio místico entre Dios y la humanidad realizado en la Encarnación. En el árbol de la cruz se llevan a cabo las nupcias del Hijo de Dios con la Iglesia, su esposa, colmada de gracias y capaz de dar a Dios nuevos hijos, en el amor del Espíritu Santo”. Para el Papa Ratzinger, que al recordarla un año atrás había animado a las teólogas, es evidente precisamente por ejemplos como el de Hildegarda que la teología puede “recibir una contribución peculiar de las mujeres, porque son capaces de hablar de Dios y de los misterios de la fe con su peculiar inteligencia y sensibilidad”.

No faltan en sus visiones profecías a corto plazo, como aquella sobre la afirmación de la herejía cátara, pero tampoco fragmentos apocalípticos, como aquella sobre el Anticristo que sembrará muerte entre las naciones “cuando sobre el trono de Pedro se sentará un Papa que tomará los nombres de dos apóstoles”. O aquella en la cual deja entrever la posibilidad de que un musulmán convertido al cristianismo, hecho cardenal, asesina al Papa legítimo porque quiere su trono y, al no lograr obtenerlo, se proclama antipapa.

La historia de Hildegarda atestigua la vivacidad cultural de los monasterios femeninos de la época y contribuye a destruir ciertos prejuicios sobre la Edad Media. Era una monja, teólogo, cosmóloga, botánica, música: es considerada la primera mujer compositora de la historia cristiana. Sabía gobernar, condenaba la inmoralidad de los sacerdotes que con sus pecados hacían “permanecer abiertas las heridas de Cristo”, enfrentaba a los mismos obispos alemanes. Como también a Federico Barbarroja, al cual hizo llegar un mensaje de parte de Dios, después que el emperador había nombrado por segunda vez un antipapa: “"Yo puedo abatir la maldad de los hombres que me ofenden. Oh rey, si quieres vivir, escúchame o mi espada te atravesará”.

La monja alemana es también patrona de los cultores del esperanto, en cuanto autora de una de las primeras lenguas artificiales, la lengua ignota, un idioma secreto que utilizaba para fines místicos y estaba compuesta por 23 letras. Es ella misma quien describe en un códice que contiene también un glosario de 1011 palabras en “lengua ignota”.

La Congregación para las Causas de los Santos, guiada por el cardenal Angelo Amato, está concluyendo el estudio de los documentos sobre Hildegarda. Si bien los Papas habían permitido su culto en Alemania – el último en expresarse en ese sentido había sido Pío XII -, la mística renana nunca ha sido propiamente canonizada, porque el proceso abierto medio siglo después de su muerte fue interrumpido. Se prevé, por eso, que el Papa Ratzinger, que ya varias veces la ha definido “santa” en sus discursos, la canonice oficialmente antes de inscribirla en el elenco exclusivo de los doctores cuya vida y cuyas obras han sido iluminadoras para la doctrina católica.

La Stampa
La Buhardilla de Jerónimo

sábado, 17 de dezembro de 2011

Padre Paulo Ricardo fala sobre as Antífonas Maiores

Las Grandes Antífonas de Adviento

Comienza hoy la recta final del Adviento, y la súplica de la Iglesia se hace aún más intensa.
Recordamos aquí una bella práctica de la Liturgia Católica, hoy bastante olvidada.

Entre las Antífonas que, del 17 al 24 de diciembre, resuenan en los Oficios de Adviento, las más solemnes [se rezan con el Magnificat, en las Vísperas] son las llamadas “Grandes Antífonas”, o “Antífonas O” [Oh], por empezar todas con esa aclamación. Son como las últimas explosiones de las fervientes plegarias del Adviento, y los últimos y más apremiantes llamamientos de la Iglesia al suspirado Mesías.

Según Amalario de Metz, estas Antífonas son de origen romano, y probablemente datan del siglo VII. Fueron, en un principio, siete, ocho, nueve y a veces hasta diez y más; pero desde San Pío V se fijó en siete su número. En cada una llámase al Mesías con un nombre distinto. Han sido vaciadas todas en un mismo molde literario y traducidas a una misma melodía musical, siendo, bajo ambos aspectos, composiciones clásicas.

Antiguamente, al menos en las abadías, después del Abad y del prior, las entonaban por su orden: el monje jardinero, el mayordomo, el tesorero, el preboste y el bibliotecario, en atención a la afinidad que creían hallar entre cada uno de esos títulos y sus respectivos cargos. Servíanse de viejos cantorales, iluminados con miniaturas y perfiles simbólicos. Todo este aparato y el significado mismo de las Antífonas, llevaban al rezo de las Vísperas de estos días a numerosos fieles, que mezclaban sus voces con las del clero y así disponían progresivamente sus corazones para las alegrías de la Navidad.

Las letras iniciales de estas Antífonas (Sapientia, Adonai, Radix, Clavis, Oriens, Rex, Emmanuel), invertidas, forman un ingenioso acróstico de dos palabras: ERO CRAS (estaré mañana), que es como la respuesta atenta del Divino Emmanuel a esos siete llamamientos de la Iglesia.

Aquí las antífonas cantadas por Scott Turkington:

Antífona 1

Antífona 2

Antífona 3

Antífona 4

Antífona 5

Antífona 6

Antífona 7

Tomado de “La Flor de la Liturgia” del P. Andrés Azcárate

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

MENSAGEM DO PAPA PARA O DIA MUNDIAL DA PAZ



MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
BENTO XVI
PARA A CELEBRAÇÃO DO
XLV DIA MUNDIAL DA PAZ


 1 DE JANEIRO DE 2012 

 [Francês, Inglês, Italiano, Polaco, Espanhol, Alemão]

EDUCAR OS JOVENS PARA A JUSTIÇA E A PAZ

1. O INÍCIO DE UM NOVO ANO, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos, com grande confiança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz.
Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor « mais do que a sentinela pela aurora » (v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações. Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia.
Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens; e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspectiva educativa: « Educar os jovens para a justiça e a paz », convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.
A minha Mensagem dirige-se também aos pais, às famílias, a todas as componentes educativas, formadoras, bem como aos responsáveis nos diversos âmbitos da vida religiosa, social, política, económica, cultural e mediática. Prestar atenção ao mundo juvenil, saber escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade mas um dever primário de toda a sociedade.
Trata-se de comunicar aos jovens o apreço pelo valor positivo da vida, suscitando neles o desejo de consumá-la ao serviço do Bem. Esta é uma tarefa, na qual todos nós estamos, pessoalmente, comprometidos.
As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança. Na hora actual, muitos são os aspectos que os trazem apreensivos: o desejo de receber uma formação que os prepare de maneira mais profunda para enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e encontrar um emprego estável, a capacidade efectiva de intervir no mundo da política, da cultura e da economia contribuindo para a construção duma sociedade de rosto mais humano e solidário.
É importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas  as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver « coisas novas » (Is 42, 9; 48, 6).

Os responsáveis da educação

2. A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina educere – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isto exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; são necessárias testemunhas autênticas, ou seja, testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive, primeiro, o caminho que propõe.
E quais são os lugares onde amadurece uma verdadeira educação para a paz e a justiça? Antes de mais nada, a família, já que os pais são os primeiros educadores. A família é célula originária da sociedade. « É na família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos que permitem uma convivência construtiva e pacífica. É na família que aprendem a solidariedade entre as gerações, o respeito pelas regras, o perdão e o acolhimento do outro ».[1] Esta é a primeira escola, onde se educa para a justiça e a paz.
Vivemos num mundo em que a família e até a própria vida se vêem constantemente ameaçadas e, não raro, destroçadas. Condições de trabalho frequentemente pouco compatíveis com as responsabilidades familiares, preocupações com o futuro, ritmos frenéticos de vida, emigração à procura dum adequado sustentamento se não mesmo da pura sobrevivência, acabam por tornar difícil a possibilidade de assegurar aos filhos um dos bens mais preciosos: a presença dos pais; uma presença, que permita compartilhar de forma cada vez mais profunda o caminho para se poder transmitir a experiência e as certezas adquiridas com os anos – o que só se torna viável com o tempo passado juntos. Queria aqui dizer aos pais para não desanimarem! Com o exemplo da sua vida, induzam os filhos a colocar a esperança antes de tudo em Deus, o único de quem surgem justiça e paz autênticas.
Quero dirigir-me também aos responsáveis das instituições com tarefas educativas: Velem, com grande sentido de responsabilidade, por que seja respeitada e valorizada em todas as circunstâncias a dignidade de cada pessoa. Tenham a peito que cada jovem possa descobrir a sua própria vocação, acompanhando-o para fazer frutificar os dons que o Senhor lhe concedeu. Assegurem às famílias que os seus filhos não terão um caminho formativo em contraste com a sua consciência e os seus princípios religiosos.
Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia após dia a caridade e a compaixão para com o próximo e de participar activamente na construção duma sociedade mais humana e fraterna.
Dirijo-me, depois, aos responsáveis políticos, pedindo-lhes que ajudem concretamente as famílias e as instituições educativas a exercerem o seu direito-dever de educar. Não deve jamais faltar um adequado apoio à maternidade e à paternidade. Actuem de modo que a ninguém seja negado o acesso à instrução e que as famílias possam escolher livremente as estruturas educativas consideradas mais idóneas para o bem dos seus filhos. Esforcem-se por favorecer a reunificação das famílias que estão separadas devido à necessidade de encontrar meios de subsistência. Proporcionem aos jovens uma imagem transparente da política, como verdadeiro serviço para o bem de todos.
Não posso deixar de fazer apelo ainda ao mundo dos media para que prestem a sua contribuição educativa. Na sociedade actual, os meios de comunicação de massa têm uma função particular: não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens. É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de facto, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa.
Também os jovens devem ter a coragem de começar, eles mesmos, a viver aquilo que pedem a quantos os rodeiam. Que tenham a força de fazer um uso bom e consciente da liberdade, pois cabe-lhes em tudo isto uma grande responsabilidade: são responsáveis pela sua própria educação e formação para a justiça e a paz.

Educar para a verdade e a liberdade

3. Santo Agostinho perguntava-se: « Quid enim fortius desiderat anima quam veritatem – que deseja o homem mais intensamente do que a verdade? ».[2] O rosto humano duma sociedade depende muito da contribuição da educação para manter viva esta questão inevitável. De facto, a educação diz respeito à formação integral da pessoa, incluindo a dimensão moral e espiritual do seu ser, tendo em vista o seu fim último e o bem da sociedade a que pertence. Por isso, a fim de educar para a verdade, é preciso antes de mais nada saber que é a pessoa humana, conhecer a sua natureza. Olhando a realidade que o rodeava, o salmista pôs-se a pensar: « Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que Vós criastes: que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes? » (Sal 8, 4-5). Esta é a pergunta fundamental que nos devemos colocar: Que é o homem? O homem é um ser que traz no coração uma sede de infinito, uma sede de verdade – não uma verdade parcial, mas capaz de explicar o sentido da vida –, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus. Assim, o facto de reconhecer com gratidão a vida como dom inestimável leva a descobrir a dignidade profunda e a inviolabilidade própria de cada pessoa. Por isso, a primeira educação consiste em aprender a reconhecer no homem a imagem do Criador e, consequentemente, a ter um profundo respeito por cada ser humano e ajudar os outros a realizarem uma vida conforme a esta sublime dignidade. É preciso não esquecer jamais que « o autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões »,[3] incluindo a transcendente, e que não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele económico ou social, individual ou colectivo.
Só na relação com Deus é que o homem compreende o significado da sua liberdade, sendo tarefa da educação formar para a liberdade autêntica. Esta não é a ausência de vínculos, nem o império do livre arbítrio; não é o absolutismo do eu. Quando o homem se crê um ser absoluto, que não depende de nada nem de ninguém e pode fazer tudo o que lhe apetece, acaba por contradizer a verdade do seu ser e perder a sua liberdade. De facto, o homem é precisamente o contrário: um ser relacional, que vive em relação com os outros e sobretudo com Deus. A liberdade autêntica não pode jamais ser alcançada, afastando-se d’Ele.
A liberdade é um valor precioso, mas delicado: pode ser mal entendida e usada mal. « Hoje um obstáculo particularmente insidioso à acção educativa é constituído pela presença maciça, na nossa sociedade e cultura, daquele relativismo que, nada reconhecendo como definitivo, deixa como última medida somente o próprio eu com os seus desejos e, sob a aparência da liberdade, torna-se para cada pessoa uma prisão, porque separa uns dos outros, reduzindo cada um a permanecer fechado dentro do próprio “eu”. Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível, portanto, uma verdadeira educação: sem a luz da verdade, mais cedo ou mais tarde cada pessoa está, de facto, condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e das relações que a constituem, da validez do seu compromisso para construir com os outros algo em comum ».[4]
Por conseguinte o homem, para exercer a sua liberdade, deve superar o horizonte relativista e conhecer a verdade sobre si próprio e a verdade acerca do que é bem e do que é mal. No íntimo da consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer e cuja voz o chama a amar e fazer o bem e a fugir do mal, a assumir a responsabilidade do bem cumprido e do mal praticado.[5] Por isso o exercício da liberdade está intimamente ligado com a lei moral natural, que tem carácter universal, exprime a dignidade de cada pessoa, coloca a base dos seus direitos e deveres fundamentais e, consequentemente, da convivência justa e pacífica entre as pessoas.
Assim o recto uso da liberdade é um ponto central na promoção da justiça e da paz, que exigem a cada um o respeito por si próprio e pelo outro, mesmo possuindo um modo de ser e viver distante do meu. Desta atitude derivam os elementos sem os quais paz e justiça permanecem palavras desprovidas de conteúdo: a confiança recíproca, a capacidade de encetar um diálogo construtivo, a possibilidade do perdão, que muitas vezes se quereria obter mas sente-se dificuldade em conceder, a caridade mútua, a compaixão para com os mais frágeis, e também a prontidão ao sacrifício.

Educar para a justiça

4. No nosso mundo, onde o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, não obstante as proclamações de intentos, está seriamente ameaçado pela tendência generalizada de recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade, do lucro e do ter, é importante não separar das suas raízes transcendentes o conceito de justiça. De facto, a justiça não é uma simples convenção humana, pois o que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela identidade profunda do ser humano. É a visão integral do homem que impede de cair numa concepção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o horizonte da solidariedade e do amor.[6]
Não podemos ignorar que certas correntes da cultura moderna, apoiadas em princípios económicos racionalistas e individualistas, alienaram das suas raízes transcendentes o conceito de justiça, separando-o da caridade e da solidariedade. Ora « a “cidade do homem” não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo ».[7]
« Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados » (Mt 5, 6). Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas com Deus, consigo mesmo, com os seus irmãos e irmãs, com a criação inteira.

Educar para a paz

5. « A paz não é só ausência de guerra, nem se limita a assegurar o equilíbrio das forças adversas. A paz não é possível na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos e a prática assídua da fraternidade ».[8] A paz é fruto da justiça e efeito da caridade. É, antes de mais nada, dom de Deus. Nós, os cristãos, acreditamos que a nossa verdadeira paz é Cristo: n’Ele, na sua Cruz, Deus reconciliou consigo o mundo e destruiu as barreiras que nos separavam uns dos outros (cf. Ef 2, 14-18); n’Ele, há uma única família reconciliada no amor.
A paz, porém, não é apenas dom a ser recebido, mas obra a ser construída. Para sermos verdadeiramente artífices de paz, devemos educar-nos para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, ser activos dentro da comunidade e solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos. « Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus » – diz Jesus no sermão da montanha (Mt 5, 9).
A paz para todos nasce da justiça de cada um, e ninguém pode subtrair-se a este compromisso essencial de promover a justiça segundo as respectivas competências e responsabilidades. De forma particular convido os jovens, que conservam viva a tensão pelos ideais, a procurarem com paciência e tenacidade a justiça e a paz e a cultivarem o gosto pelo que é justo e verdadeiro, mesmo quando isso lhes possa exigir sacrifícios e obrigue a caminhar contracorrente.

Levantar os olhos para Deus

6. Perante o árduo desafio de percorrer os caminhos da justiça e da paz, podemos ser tentados a interrogar-nos como o salmista: « Levanto os olhos para os montes, de onde me virá o auxílio? » (Sal 121, 1).
A todos, particularmente aos jovens, quero bradar: « Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, que é o nosso criador, o garante da nossa liberdade, o garante do que é deveras bom e verdadeiro (…), o voltar-se sem reservas para Deus, que é a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor? ».[9] O amor rejubila com a verdade, é a força que torna capaz de comprometer-se pela verdade, pela justiça, pela paz, porque tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13, 1-13).
Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação.
Vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente esta fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo.
Sabei que vós mesmos servis de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o sereis quanto mais vos esforçardes por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejardes um futuro melhor e vos comprometerdes a construí-lo. Cientes das vossas potencialidades, nunca vos fecheis em vós próprios, mas trabalhai por um futuro mais luminoso para todos. Nunca vos sintais sozinhos! A Igreja confia em vós, acompanha-vos, encoraja-vos e deseja oferecer-vos o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus Cristo – Ele que é a justiça e a paz.
Oh vós todos, homens e mulheres, que tendes a peito a causa da paz! Esta não é um bem já alcançado mas uma meta, à qual todos e cada um deve aspirar. Olhemos, pois, o futuro com maior esperança, encorajemo-nos mutuamente ao longo do nosso caminho, trabalhemos para dar ao nosso mundo um rosto mais humano e fraterno e sintamo-nos unidos na responsabilidade que temos para com as jovens gerações, presentes e futuras, nomeadamente quanto à sua educação para se tornarem pacíficas e pacificadoras! Apoiado em tal certeza, envio-vos estas refl exões que se fazem apelo: Unamos as nossas forças espirituais, morais e materiais, a fim de « educar os jovens para a justiça e a paz ».
Vaticano, 8 de Dezembro de 2011.

BENEDICTUS PP XVI


Notas
[1] Bento XVI, Discurso aos administradores da Região do Lácio, do Município e da Província de Roma (14 de Janeiro de 2011): L’Osservatore Romano (ed. port. de 22/I/2011), 5.
[2] Comentário ao Evangelho de S. João, 26, 5.
[3] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 11: AAS 101 (2009), 648; cf. Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio (26 de Março de 1967), 14: AAS 59 (1967), 264.
[5] Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 16.
[6] Cf. Bento XVI, Discurso no Parlamento federal alemão (Berlim, 22 de Setembro de 2011): L’Osservatore Romano (ed. port. de 24/IX/2011), 4-5.
[7] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 6: AAS 101 (2009), 644-645.
[9] Bento XVI, Homilia durante a vigília com os jovens (Colónia, 20 de Agosto de 2005): AAS 97 (2005), 885-886.

Libreria Editrice Vaticana

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Um bonito exemplo de arquitetura católica





Este é projeto de uma nova igreja que vai ser construída em Greenville, South Carolina, EUA. O projeto é Andrew Gould. O interior é inspirado nas antigas basílicas romanas, com o altar sob um bonito baldaquino. O exterior é claramente influenciado pelo neo-românico.

New Liturgical Movement
Pro Misa Tradicional en Ciudad Real

sábado, 10 de dezembro de 2011

Dom Rifan abençoa a pedra fundamental da Capela do Seminário da Administração Apostólica São João Maria Vianney


Dia 8 de dezembro, Festa da Imaculada Conceição, Dom Fernando Arêas Rifan, Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney, abençoou a pedra fundamental da Capela do Seminário da Imaculada Conceição da Administração Apostólica. Logo após celebrou nela a Primeira Santa Missa. 

Para conhecer melhor o Seminário e ajudar a concluir as obras clique aqui.









Pro Misa Tradicional en Ciudad Real

Fato incontestável: Leigos e jovens na linha de frente para defender a obra de Bento XVI


Desta vez, não somos nós que o dizemos, mas sim distintos prelados romanos e a Federação Internacional “Una Voce”: para grande desespero de um certo clero de antanho, são os jovens e os leigos que, empenhando-se na aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum, mais testemunham a sua fidelidade ao Papa e a sua concordância com os seus pontos de vista litúrgicos.

Foi assim que, no passado dia 7 de Outubro, por ocasião da apresentação dum livro italiano sobre as oposições ao Motu Proprio, Mons. Bux — ver as nossas cartas em francês 210, 211 e 258 —, sublinhou fortemente o papel de motor desempenhado pelos leigos e pelos jovens para a boa recepção do magistério de Bento XVI em matéria litúrgica. Os Cardeais Farina e Castrillón Hoyos, que então estavam presentes, apoiaram sem hesitação as posições deste amigo do Santo Padre.

Ainda em Roma, nos inícios de Novembro, os representantes da Federação Internacional “Una Voce”, entregaram na Cúria um relatório intitulado “O emergir da juventude no movimento internacional Una Voce”. Este documento, que testemunha o quanto o Motu Proprio Summorum Pontificum veio favorecer o desenvolvimento internacional da “Una Voce” em todos os continentes (Japão, Perú, Indonésia, Portugal, etc.), põe em evidência o papel desempenhado pelos fiéis mais jovens neste mesmo desenvolvimento.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Solemnidad de la Inmaculada Concepción en la Fraternidad de Cristo Sacerdote y Santa María Reina


 A las 10 de la mañana se celebró en la Iglesia del Salvador de Toledo la Santa Misa Cantada en honor de la Inmaculada Concepción de María. En esta Iglesia se celebra a diario la Santa Misa conforme al uso extraordinario y el Oficio Coral por parte de la comunidad de Hermanos de la Fraternidad de Cristo Sacerdote y Santa María Reina





 Fraternidad de Cristo Sacerdote y Santa María Reina

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Privilegio español de usar ornamentos de color celeste en la solemnidad de la Inmaculada Concepción

Fotografías de diversas Misas en honor a la Santísima Virgen Inmaculada, que muestran el privilegio de España y de sus antiguos territorios, de usar ornamentos celestes en su fiesta por haber defendido con intrepidez el dogma de la Inmaculada Concepción de María.

Por cierto, se va extendiendo la costumbre por parte de algunos sacerdotes - sin duda animados por un impulso de fervor mariano - de utilizar los ornamentos celestes en cualquier festividad de Nuestra Señora. Esto es incorrecto porque el color litúrgico de las fiestas de la Virgen es el blanco, salvo el celeste en el día de la Purísima, y solo este día, pues no existe ya octava de la Inmaculada ni siquiera en el Misal de 1962.






Acción Litúrgica

Ó Maria concebida sem pecado original, rogai por nós que recorremos a vós!


Em honra da santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a nossa, declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser sólida e constantemente crida por todos os fiéis.

Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, 8 de dezembro de 1854


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O papel indispensável da Família no Novo Movimento Litúrgico

 
Duas semanas atrás, o Santo Padre encorajou todos dentro da Igreja para assumirem a oração dos salmos e o Ofício Divino, e ainda ontem [01 de dezembro de 2011, NdT] o Papa destacou que “a nova evangelização é inseparável da família cristã”. Enquanto isso, no New Liturgical Movement, falamos ontem de uma família cristã ortodoxa que assumiu o canto do Ofício como parte de sua oração em família, e uma semana e meia atrás, falamos de alguns costumes do Advento como a Coroa do Advento e a Árvore de Jessé, que poderiam ajudar a trazer o ano litúrgico para dentro de casa.

Então, como todas estas coisas se interligam?

Bem, verdade seja dita, elas se interligam de várias maneiras, mas há uma maneira em particular que eu gostaria de destacar e que está ligada a um tema que temos discutido e rediscutido ao longo dos anos: a Igreja doméstica e a vivência de uma vida litúrgica.

Alguns leigos podem experimentar uma sensação de impotência quando consideram as “sombras” (para usar a imagem adotada por alguns dentro da Cúria Romana) dentro da Igreja. Mesmo que eles não se sintam completamente impotentes, particularmente quando consideram a questão da sagrada liturgia eles podem sentir que têm pouco a contribuir – além de, quem sabe, uma voz no coro ou um ou dois coroinhas no presbitério. Eles podem sentir como se tivessem que, em última análise, sentar e esperar para que Roma ou o clero entreguem a solução para eles. Mas se alguém fosse pensar assim, estaria realmente errado, mais ainda, drasticamente errado.

Certamente Roma e o clero têm um papel muito importante a desempenhar, mas o novo movimento litúrgico não se trata de uma questão apenas para o Santo Padre, para a Santa Sé ou para o clero e os religiosos cuidarem. O novo movimento litúrgico é uma tarefa a ser assumida por todos, e todos, de fato, tem um papel importante a desempenhar. Isto inclui a família. Na verdade, não apenas inclui a família; eu ouso dizer que a família tem um papel absolutamente crítico e altamente influente.

Se for para o novo movimento litúrgico florescer e avançar para sua máxima extensão, ele deve ser vivido não apenas dentro de nossas paróquias e instituições, ele deve também enraizar-se e ser atualizado dentro de nossas casas; não devemos apenas tentar fomentar a vida litúrgica tardiamente na vida, devemos plantar a semente e regá-la cedo dentro da vida de nossas crianças. E, de fato, uma vez que as famílias são, como dizia o Papa João Paulo II, “a sementeira das vocações” [1], esta educação antecipada na vida litúrgica, esta formação litúrgica será seguramente de grande importância e influência também com relação aos futuros padres e bispos. Na verdade, se as famílias não incutirem esta formação litúrgica logo no início, nós dificilmente poderemos não nos surpreender se a tarefa parecer tão lenta e árdua mais tarde. A este respeito, talvez possamos pensar na família não apenas como sementeira de vocações, mas também como sementeira de um novo movimento litúrgico.

Voltando nosso olhar para o Movimento Litúrgico do século XX, este mesmo ponto foi feito por Emerson Hynes em seu artigo Before All Else (Orate Fratres, 21 de março de 1943. Vol. XVII, n. 5). Lá ele fez a pergunta “quão importante é a família no movimento litúrgico”? E comentou:

Nós reconhecemos a força da família em moldar os hábitos e o caráter das crianças. Nós sabemos também que nem a fé nem as idéias são herdadas. Elas são incutidas, e a família é o instrumento ordinário por meio do qual isto é realizado... Porque a família é uma sociedade tão básica e tão íntima, ela é a unidade mais poderosa para a preservação da herança. Antes que um movimento possa estabelecer-se permanentemente ele deve ter o apoio das famílias, deve tornar-se parte da tradição familiar. O movimento litúrgico permanecerá um movimento e nada mais até o momento em que ele se torne uma herança familiar. Pois embora a fonte da liturgia seja Cristo, através de Sua Igreja, e os seus guardiões próprios sejam os padres, através da paróquia, o florescimento da liturgia nas vidas dos membros [da Igreja, NdT] não será permanente até que ela se torne uma parte e parcela da vida da família cristã. Neste sentido, nós não podemos falar das famílias cristãs como os guardiões populares da liturgia, meios subordinados, porém essenciais para sua [maior, NdT] força e expansão?

Assim, também nossa resposta para a questão “quão importante é a família no movimento litúrgico?” deve ser que a família tem um papel absolutamente indispensável a desempenhar antecipando-o, proporcionando a faísca e o fogo que lançarão a luz necessária, a qual ajudará a dissipar as “sombras”. Mas se isso for acontecer, as famílias devem assumir o desafio agora, “moldando os hábitos e o caráter de [suas] crianças” de uma forma litúrgica, fazendo-a “parte e parcela da vida da família cristã”.

Vamos ao trabalho.

[1] NdT: Optou-se por uma tradução mais literal, embora a tradução oficial para português desta expressão, conforme a Familiaris Consortio (n. 53), seja “seminário da vocação”.


(Obs: Notas do tradutor, sejam no rodapé, sejam no decorrer do texto, estão indicadas pela sigla NdT)