quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

TE DEUM


Colocamos a disposição dos nossos leitores o Te Deum, hino de ação de graças cantado tradicionalmente no último dia do ano pelos benefícios recebidos no ano que termina.

Oferecemos a partitura gregoriana, a partitura moderna e o mp3 do “Te Deum“ . Além disso, propomos a utilíssima interpretação da Schola Gregoriana Mediolanensis e algumas orações e cânticos para a Adoração e Benção do Santíssimo Sacramento



segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Família, ícone de Deus, tem a missão de procriar, recordou o Papa neste Domingo, salientando que os filhos não são propriedade dos pais



(27/12/2009) Ocorre neste domingo a festa da Sagrada Família e a ela Bento XVI dedicou as suas reflexões antes da recitação da oração mariana do Angelus do meio dia, juntamente com os milhares de pessoas congregadas na Praça de S. Pedro.

“Deus quis revelar-se nascendo numa família humana, e portanto a família humana tornou-se ícone de Deus! – salientou o Papa. Deus é Trindade, é comunhão de amor, e a família é a sua primeira e imediata expressão. O homem e a mulher, criados á imagem de Deus,,no matrimónio tornam-se numa única carne, isto é uma comunhão de amor que gera nova vida. A família humana é portanto ícone da Trindade tanto pelo amor interpessoal, como pela fecundidade do amor”

O Santo Padre falou também da importância da educação cristã, começando por salientar que a família cristã está consciente de que os filhos são dom e projecto de Deus. Portanto não os pode considerar com uma posse própria, mas servindo neles o desenho de amor do Pai é chamada a educá-los á liberdade maior que é precisamente aquela de dizer “sim” a Deus para fazer a sua vontade.

Deste “sim” a Virgem Maria é o exemplo perfeito. A ela confiamos todas as famílias, rezando em particular pela sua preciosa missão educativa, disse o Papa .

Falando depois em língua espanhola Bento XVI saudou os pastores e fieis congregados em Madrid para celebrar a Sagrada Família de Nazaré e recordou o significado verdadeiro desta festa.

“Deus, vindo ao mundo no seio de uma família manifesta que esta instituição é caminho seguro para o encontrar e conhecer, assim como um apelo permanente a trabalhar pela unidade de todos á volta do amor. Daí que um dos maiores serviços que nós cristãos podemos prestar aos nossos semelhantes – salientou o Papa - é oferecer-lhes o nosso testemunho sereno e firme da família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher, salvaguardando-a e promovendo-a pois ela é de suma importância para o presente e o futuro da humanidade. Efectivamente a família é melhor escola onde se aprende a viver aqueles valores que dignificam a pessoa e fazem grandes os povos. Peço a Deus – disse depois o Santo Padre – que nos vossos lares se respire sempre o amor de total entrega e fidelidade que Jesus trouxe ao mundo com o seu nascimento, alimentando-o e fortalecendo-o com a oração diária, a pratica constante das virtudes, a compreensão recíproca e o mutuo respeito


sábado, 26 de dezembro de 2009

MENSAGEM URBI ET ORBI DE BENTO XVI


Queridos irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro,
e vós todos, homens e mulheres amados pelo Senhor!

«Lux fulgebit hodie super nos,
quia natus est nobis Dominus.
Hoje sobre nós resplandecerá uma luz
porque nasceu para nós o Senhor»
(Missal Romano: Antífona de Entrada, da Missa da Aurora no Natal do Senhor).

A liturgia da Missa da Aurora lembrou-nos que a noite já passou, o dia vai alto; a luz que procede da gruta de Belém resplandece sobre nós.

Todavia a Bíblia e a Liturgia não nos falam da luz natural, mas de uma luz diferente, especial, de algum modo apontada e orientada para um «nós», o mesmo «nós» para quem o Menino de Belém «nasceu». Este «nós» é a Igreja, a grande família universal dos que acreditam em Cristo, que aguardaram com esperança o novo nascimento do Salvador e hoje celebram no mistério a perene atualidade deste acontecimento.

No princípio, ao redor da manjedoura de Belém, aquele «nós» era quase invisível aos olhos dos homens. Como nos diz o Evangelho de São Lucas, englobava, para além de Maria e José, poucos e humildes pastores que acorreram à gruta avisados pelos Anjos. A luz do primeiro Natal foi como um fogo aceso na noite. À volta tudo estava escuro, enquanto na gruta resplandecia a luz verdadeira «que ilumina todo o homem» (Jo 1, 9). E no entanto tudo acontece na simplicidade e no escondimento, segundo o estilo com que Deus age em toda a história da salvação. Deus ama acender luzes circunscritas, para iluminarem depois ao longe e amplamente. A Verdade, como o Amor, que são o seu conteúdo, se acendem onde a luz é acolhida, difundindo-se depois em círculos concêntricos, quase por contato, nos corações e mentes de quantos, abrindo-se livremente ao seu esplendor, se tornam por sua vez fontes de luz. É a história da Igreja que inicia o seu caminho na pobre gruta de Belém e, através dos séculos, se torna Povo e fonte de luz para a humanidade. Também hoje, por meio daqueles que vão ao encontro do Menino, Deus ainda acende fogueiras na noite do mundo para chamar os homens a reconhecerem em Jesus o «sinal» da sua presença salvífica e libertadora e estender o «nós» dos crentes em Cristo à toda humanidade.

Onde quer que haja um «nós» que acolhe o amor de Deus, aí resplandece a luz de Cristo, mesmo nas situações mais difíceis. A Igreja, como a Virgem Maria, oferece ao mundo Jesus, o Filho, que Ela própria recebeu como dom e que veio para libertar o homem da escravidão do pecado. Como Maria, a Igreja não tem medo, porque aquele Menino é a sua força. Mas, não O guarda para si: O oferece a quantos O procuram de coração sincero, aos humildes da terra e aos aflitos, às vítimas da violência, a quantos suspiram pelo bem da paz. Também hoje, à família humana profundamente marcada por uma grave crise, certamente econômica mas antes ainda moral, e por dolorosas feridas de guerras e conflitos, a Igreja, com o estilo da partilha e da fidelidade ao homem, repete com os pastores: «Vamos até Belém» (Lc 2, 15), lá encontraremos a nossa esperança.

O «nós» da Igreja vive lá onde Jesus nasceu, na Terra Santa, para convidar os seus habitantes a abandonarem toda a lógica de violência e vingança e a se comprometerem com renovado vigor e generosidade no caminho para uma convivência pacífica. O «nós» da Igreja está presente em outros países do Oriente Médio. Como não pensar na atribulada situação do Iraque e no «pequenino rebanho» de cristãos que vive na Região? Às vezes sofre violências e injustiças, mas está sempre disposto a oferecer a sua própria contribuição para a edificação da convivência civil contrária à lógica do conflito e rejeição do vizinho. O «nós» da Igreja atua no Sri Lanka, na Península Coreana e nas Filipinas, e ainda noutras terras asiáticas, como fermento de reconciliação e de paz. No continente africano, não cessa de erguer a voz até Deus para implorar o fim de toda a prepotência na República Democrática do Congo; convida os cidadãos da Guiné e do Níger ao respeito dos direitos de cada pessoa e ao diálogo; aos de Madagáscar pede para superarem as divisões internas e se acolherem reciprocamente; a todos lembra que são chamados à esperança, não obstante os dramas, provações e dificuldades que continuam a afligi-los.

Na Europa e na América do Norte, o «nós» da Igreja incita a superar a mentalidade egoísta e tecnicista, a promover o bem comum e a respeitar as pessoas mais débeis, a começar por aquelas que ainda estão por nascer. Em Honduras, ajuda a retomar o caminho institucional; em toda a América Latina, o «nós» da Igreja é fator de identidade, plenitude de verdade e caridade que nenhuma ideologia pode substituir, apelo ao respeito dos direitos inalienáveis de cada pessoa e ao seu desenvolvimento integral, anúncio de justiça e fraternidade, fonte de unidade.

Fiel ao mandato do seu Fundador, a Igreja é solidária com aqueles que são atingidos pelas calamidades naturais e pela pobreza, mesmo nas sociedades opulentas. Frente ao êxodo de quantos emigram da sua terra e são arremessados para longe pela fome, a intolerância ou a degradação ambiental, a Igreja é uma presença que chama ao acolhimento. Numa palavra, a Igreja anuncia por toda a parte o Evangelho de Cristo, apesar das perseguições, das discriminações, dos ataques e da indiferença, por vezes hostil, mas que lhe permitem partilhar a sorte do seu Mestre e Senhor.

Queridos irmãos e irmãs, que grande dom é fazer parte de uma comunhão que é para todos! É a comunhão da Santíssima Trindade, de cujo seio desceu ao mundo o Emanuel, Jesus, Deus-connosco. Como os pastores de Belém, contemplamos cheios de maravilha e gratidão este mistério de amor e de luz! Boas-festas de Natal a todos!


Fonte: Radio Vaticano

DOMINGO DENTRO DA OITAVA DO NATAL (27 de Dezembro)



quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO



FOLHETO COM O PRÓPRIO DA SANTA MISSA NA FORMA EXTRAORDINÁRIA DO RITO ROMANO OU RITO GREGORIANO (LATIM/PORTUGUÊS):


Natal em Roma. O presépio relatado por Bento XVI



As origens e o significado da festa. A genialidade de São Francisco. Assim o Papa explicou o Mistério do Natal aos peregrinos que chegaram de todo o mundo


Caros irmãos e irmãs,


Com a Novena de Natal, que celebramos nestes dias, a Igreja nos convida a viver de modo intenso e profundo a preparação para o Nascimento do Salvador, que já está iminente. O desejo, que todos portamos em nossos corações, é de que a próxima festa do Natal nos dê, em meio à atividade frenética dos dias de hoje, o presente sereno e profundo de tocarmos a bondade de nosso Deus com as mãos, infundindo-nos nova coragem.

Para melhor compreendermos o significado do Natal do Senhor, gostaria de fazer uma breve referência à origem histórica desta solenidade. De fato, o Ano litúrgico da Igreja não se desenvolveu inicialmente a partir do evento do nascimento de Cristo, mas sim da fé em sua Ressurreição. Portanto, a festa mais antiga da cristandade não é o Natal, mas a Páscoa; a ressurreição de Cristo fundou a fé cristã, e está na base do anúncio do Evangelho e do nascimento da Igreja. Por isso, ser cristão significa viver de maneira pascoal, fazendo-nos arrastar pelo dinamismo originado do Batismo, e que leva a morrer para o pecado para viver com Deus (cfr Rm 6,4).

O primeiro a afirmar com clareza que Jesus teria nascido em 25 de dezembro foi Hipólito de Roma, em seu comentário ao Livro do profeta Daniel, escrito por volta de 204. Algum exegeta observa, depois, que nesse dia era celebrada a festa à Dedicação ao Templo de Jerusalém, instituída por Judas Macabeu em 164 a.C. A coincidência de datas vem então significar que, com Jesus, surgido como Luz de Deus em meio à noite, realiza-se verdadeiramente a consagração ao templo, o Advento de Deus sobre esta terra.

Na cristandade, a festa do Natal assumiu uma forma definida no século IV, quando toma então o lugar da antiga festa romana do “Sol Invictus”, o sol invencível; coloca-se assim em evidência que o nascimento de Cristo constitui a vitória da verdadeira luz sobre a escuridão do mal e do pecado. Todavia, a atmosfera intensa e particular que envolve o Natal veio a desenvolver-se na Idade Média, graças a São Francisco de Assis, o qual era profundamente apaixonado pela figura humana de Jesus, o Deus-conosco.

Seu primeiro biógrafo, Tomás de Celano, nos conta que São Francisco “acima de todas as outras solenidades, celebrava com inefável zelo o Natal do Menino Jesus, chamando de a festa das festas aquele dia em que Deus, feito um bebê, mamou em seios humanos” (Fonti Francescane, n. 199, p. 492).

Foi dessa devoção particular ao mistério da Encarnação é que se originou a famosa celebração do Natal em Greccio.

Esta, provavelmente, foi inspirada por São Francisco, em sua peregrinação na Terra Santa, e pelo presépio de Santa Maria Maior, em Roma. O que animava o Pobrezinho de Assis era o desejo de experimentar de maneira concreta, viva e atual, a humilde grandeza do evento do nascimento do Menino Jesus, e de comunicá-lo a todos.

Na primeira biografia, Tomás de Celano fala da noite de Natal em Greccio de modo vívido e comovente, contribuindo decisivamente para propagar a mais bela tradição natalina, a do presépio. A noite de Greccio, de fato, deixou para a cristandade toda a intensidade e beleza da festa de Natal, e educou o povo de Deus para que compreendesse sua mensagem mais autêntica, seu calor único, e a amar e adorar a humanidade de Cristo.

Esta abordagem particular ao Natal conferiu à fé cristã uma nova dimensão. Na Páscoa, as atenções se concentravam sobre a potência de Deus que vence a morte, inaugura a vida nova e nos ensina a esperar pela vida que virá. Com São Francisco e seu presépio, evidencia-se o amor desarmado de Deus, sua humildade e bondade, que na Encarnação do Verbo se manifesta aos homens, ensinando-os um novo modo de viver e amar.

Celano nos conta que, naquela noite de Natal, foi concedida a São Francisco a graça de uma visão maravilhosa. Viu dormindo imóvel na manjedoura um pequeno menino, que despertou de seu sono com sua aproximação. E acrescenta: “nem mesmo essa visão discordava dos fatos, porque, por meio de Sua Graça que agia através de seu santo servo Francisco, o menino Jesus foi ressucitado no coração de muitos que o haviam esquecido”. (Vita prima, op. cit., n. 86, p. 307).

Este quadro descreve com grande precisão, como a fé viva e o amor de São Francisco pela humanidade de Cristo transmitiram à fé cristã do Natal: a descoberta de que Deus se revela nos ternos braços do Menino Jesus. Graças a São Francisco, o povo cristão pôde perceber que, no Natal, Deus se tornou verdadeiramente Emanuel, o Deus-conosco, do qual nenhuma barreira nem nenhuma distância pode nos separar. Naquele Menino, Deus passou a estar tão próximo de cada um de nós, que podemos nos referir a Ele por você, cultivando com Ele uma relação íntima de profundo afeto, como faríamos com um recém-nascido.

Naquele Menino, de fato, se manifesta Deus-Amor: Deus vem sem armas, sem a força, porque não pretende conquistar, por assim dizer, a partir do externo, mas deseja ao contrário ser acolhido pelo homem livremente; Deus se faz um Menino indefeso a fim de vencer a soberba, a violência, o ímpeto de possuir do homem. Em Jesus, Deus assumiu essa condição pobre e desarmada para nos vencer pelo amor, conduzindo-nos à nossa verdadeira identidade. Não devemos esquecer que o maior dos títulos de Jesus Cristo é justamente o de “Filho”, Filho de Deus; a dignidade divina é indicada por essa terminação, que prolonga a referência à sua humilde condição na manjedoura de Belém, enquanto corresponde de maneira única à sua divindade, que é a divindade de “Filho”.

Sua condição de Menino nos indica, ainda, como podemos encontrar a Deus e desfrutar de Sua presença. É à luz do Natal que podemos compreender as palavras de Jesus: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”. (Mt 18,3)

Aquele que ainda não compreendeu o mistério do Natal, não compreendeu o elemento decisivo da existência cristã. Quem não acolhe Jesus com coração de criança, não pode entrar no reino dos céus: é isso que Francisco queria lembrar à cristandade de seu tempo e à de todos os tempos, também de hoje.

Oremos ao Pai para que conceda aos nossos corações aquela simplicidade que reconhece no Menino o Senhor, como fez Francisco em Greccio.

Assim poderá ocorrer também a nós o que Tommaso da Celano nos conta – referindo-se à experiência dos pastores na Noite Santa (cfr Lc 2,20) – sobre aqueles que haviam comparecido ao evento em Greccio: “e cada um retornou à sua casa, pleno de uma inefável alegria” (Vita prima, op. cit., n. 86, p. 479).

É o que desejo com afeto a todos vós, vossas famílias e entes queridos. Bom Natal a todos vós!

©Libreria Editrice Vaticana

Tradução: Zenit

FELIX NATIVITAS - FELIZ NATAL - BUON NATALE - HAPPY CHRISTMAS - HEUREUX NOËL - FELIZ NAVIDAD - FROHE WEIHNACHTEN


ANÚNCIO DO NASCIMENTO DO SALVADOR

KALENDA EM LATIM E PORTUGUÊS


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

As mudanças na liturgia introduzidas por Bento XVI



Entrevista com Dom Mauro Gagliardi, consultor do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).– Falamos com Dom Mauro Gagliardi, professor ordinário da Faculdade de Teologia do Ateneu Pontifício “Regina Apostolorum” de Roma, consultor do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice e responsável pela seção de teologia litúrgica “Espírito da Liturgia”, publicada quinzenalmente pela ZENIT.

- Ao ler o artigo de Luigi Accattoli, “O rito do silêncio segundo o Papa Ratzinger” (Liberal, 1° de dezembro, 2009, p. 10), fica evidente a ideia de um certo esforço, solicitado pelo próprio Papa, para tornar a liturgia papal mais alinhada à tradição. Como nos aproximamos do tempo das celebrações solenes das festas natalinas, que serão presididas em São Pedro por Bento XVI, gostaríamos de aproveitar a ocasião para falar destas alterações.

- Gagliardi: O artigo de Accattoli apresenta um panorama geral das alterações mais visíveis em matéria de liturgia pontifícia, embora haja outras, que talvez não tenham sido mencionadas por razões de espaço, ou porque são de compreensão mais difícil por parte do público em geral. Como enfatiza esse estimado vaticanista, tais alterações são iniciativa do próprio Santo Padre, o qual, como se sabe, é especialista em liturgia.

- Accattoli inicia seu artigo mencionando as vestes papais que caíram em desuso nas últimas décadas: o camauro, o saturno vermelho, a mozeta. Menciona também as mudanças referentes ao pálio.

- Gagliardi: Trata-se de elementos das vestes próprias do Pontífice, como também a cor vermelha dos calçados, não mencionada explicitamente pelo autor. Se é verdade que nas últimas décadas os Sumos Pontífices têm optado por não fazer uso destes itens, também é verdade que jamais foram abolidos, e portanto qualquer Papa os pode usar. Não se pode esquecer que, assim como a maior parte dos demais elementos visíveis na liturgia, também as vestes de uso extra-litúrgico atendem a necessidades práticas e simbólicas. Lembro-me que quando o Papa Bento XVI usou pela primeira vez o camauro, um gorro de inverno eficaz contra o frio, um jornal italiano publicou uma foto do sorridente Santo Padre, portando sobre a cabeça o camauro, com a legenda “e fez muito bem!”, referindo-se ao fato de que o Papa também tem o direito de se proteger do frio. Mas as razões para usá-lo não são apenas práticas. Não podemos nos esquecer quem é e qual é o papel da pessoa que faz uso dessas vestes: por isso, elas têm também um significado simbólico, que é expresso por meio de sua beleza e sua aparência magnânima.

Ao contrário, o pálio é um indumento litúrgico. João Paulo II usava um igual aos usados pelos metropolitas. No início do pontificado de Bento XVI, havia sido preparado um de feitio diferente, que retomava estilos antigos e que foi usado pelo Santo Padre por algum tempo.

Na sequência de um estudo meticuloso, percebeu-se que seria mais adequado voltar à forma utilizada por João Paulo II, ainda que com pequenas modificações que destacassem as diferenças do pálio usado pelos metropolitas daquele usado pelo Papa.

- O que pode ser dito da férula papal escolhida por Bento XVI em substituição ao crucifixo confeccionado por Scorzelli, utilizado por Paulo VI, João Paulo I e II e pelo próprio Bento XVI no início de seu pontificado?

- Gagliardi: Pode-se dizer que também aqui vale o mesmo princípio. Pode-se mencionar uma razão prática: a férula utilizada atualmente por Bento XVI pesa 590 gramas a menos que o crucifixo de Scorzelli, o que não é pouco. Além disso, em termos históricos, a férula em forma de cruz corresponde mais fielmente àquela típica da tradição romana, que sempre foi em formato de cruz e desprovida de crucifixo. Podemos, finalmente, mencionar razões de caráter simbólico e estético.

- Accattoli também cita outras mudanças, que podemos definir com mais substância: os cuidados nos momentos de silêncio, a celebração voltada para o crucifixo, e a comunhão, administrada sobre a língua aos fies de joelhos.

- Gagliardi: Estes são elementos de significado profundo, que obviamente não pode ser analisado aqui em detalhes. O Institutio Generalis do Missal Romano publicado por Paulo VI estabelece preocupações que devem ser observadas durante o sacro silêncio. A atenção dada a esse aspecto na liturgia papal, portanto, não faz mais do que colocar em prática as normas estabelecidas.

Com relação à celebração voltada para o crucifixo, vemos que por norma o Santo Padre mantém o posicionamento ao altar chamado de “voltado para o povo”. Apenas em poucas ocasiões celebrou voltado para o crucifixo. Como toda celebração da Missa, qualquer que seja a posição física do celebrante, é voltada para o Pai através de Cristo no Espírito Santo e nunca voltada “para o povo”, não admira que quem celebre a Eucaristia possa estar voltado também fisicamente “em direção ao Senhor”.

No que diz respeito, finalmente, ao modo de distribuir a Santa Comunhão aos fiéis, é preciso distinguir o aspecto de recebê-la sobre a língua daquele de recebê-la de joelhos. Na atual forma ordinária do Rito Romano (ou Missal de Paulo VI), os fiéis têm o direito de receber a Comunhão tanto de pé quanto de joelhos. Se o Santo Padre estabeleceu conferi-la de joelhos, penso – obviamente esta é apenas minha opinião pessoal – que ele considere esta posição mais adequada para expressar o sentimento de adoração que devemos sempre cultivar ao receber o dom da Eucaristia.

Na Sacramentum Caritatis, citando Santo Agostinho, o Papa lembrou que, ao receber o Pão Eucarístico, devemos adorá-lo, porque não adorando incorreríamos em pecado. Antes de distribuir a Comunhão, o próprio sacerdote realiza a genuflexão diante da Hóstia; porque não ajudar os fiéis a cultivar esse sentimento de adoração por meio do mesmo gesto?

No que diz respeito a receber a Comunhão sobre a mão, deve-se lembrar que essa prática é hoje possível em muitos lugares (possível, mas não obrigatória), mas permanece uma concessão, uma vez que a norma ordinária estabelece que a Comunhão é recebida somente sobre a língua.

Esta concessão foi feita às Conferências Episcopais que a requisitaram, e não partiu da Santa Sé promovê-la. Portanto, nenhum bispo membro de uma Conferência Episcopal que tenha requisitado e obtido essa licença está obrigado a aplicá-la em sua diocese; cada bispo tem liberdade para decidir aplicar a norma universal, que permanece vigente apesar de todas as licenças concedidas, e que estabelece que os fiéis devem receber a Santa Comunhão sobre a língua.
Assim, é importante que o próprio Santo Padre mantenha a regra tradicional, confirmada mais uma vez por Paulo VI, que proíbe os fiéis de receberem a comunhão sobre a mão.

- Em conclusão, qual sentido vê nas novidades introduzidas na liturgia papal no pontificado de Bento XVI?

- Gagliardi: Naturalmente, posso apenas expressar minhas opiniões pessoais, que não representam oficialmente a posição do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice. Me parece que o que se está tentando fazer é conciliar sabiamente coisas novas com coisas antigas, seguindo, ao máximo possível, as indicações do Vaticano II, e de agir de modo que as celebrações pontifícias sejam exemplares em todos os aspectos. Quem participa da liturgia papal deve poder dizer “é assim que se faz! É assim que devemos fazer em nossas dioceses e paróquias!”


Gostaria, ainda, de destacar que estas novidades não foram introduzidas de modo autoritário. Pode-se notar que foram frequentemente explicadas, por exemplo, na série de entrevistas concedidas pelo mestre de celebrações litúrgicas do sumo pontífice aoL’Osservatore Romano e outros veículos de comunicação. Também nós, consultores, publicamos, de tempos em tempos, artigos sobre o cotidiano da Santa Sé, a fim de explicar o significado histórico e teológico das decisões tomadas. Para usar uma palavra que está na moda, diria que há um modo “democrático” de proceder, significando com isso não que as decisões sejam tomadas em função da maioria, mas no sentido de que sempre se busca fazer compreender os motivos profundos que levaram às mudanças, os quais são sempre de caráter histórico, teológico ou litúrgico, e nunca meramente estético ou muito menos ideológico. Pode-se dizer que há um esforço permanente de tornar clara a ratio legis, e isso também representa uma “novidade” importante.


Fonte: Zenit

Veni Veni Emmanuel: Hino de Advento inspirado nas Antifonas "O"







Giovanni Vianini nos mostra a partitura (que encontramos também aqui), ajudando a entender bem a melodia:







Véni, véni, Emmánuël;
Captívum sólve Israël,
Qui gémit in exílio
Privátus Déi Fílio.
Gáude! Gáude! Emmánuël,
Nascétur pro te, Israël!


Véni, véni, O Oriens;
Soláre nos advéniens;
Noctis depélle nébulas,
Dirásque noctis ténebras.
Gáude! Gáude! Emmánuël,
Nascétur pro te, Israël!


Véni, O Jesse Virgula;
Ex hostis tuos úngula,
De specu tuos tártari
Educ, et antro bárathri.
Gáude! Gáude! Emmánuël,
Nascétur pro te, Israël!


Véni, Clávis Davídica!
Régna reclúde caélica;
Fac íter tútum súperum,
Et cláude vías ínferum.
Gáude! Gáude! Emmánuël,
Nascétur pro te, Israël!


Véni, Véni, Adónai!
Qui pópulo in Sínai,
Légem dedísti vértice,
In majestáte glóriae.
Gáude! Gáude! Emmánuël,
Nascétur pro te, Israël!

Fonte: Cantuale Antonianum

Antífonas O (VII): O Emmanuel


Ó Emmanuel! Rei da Paz! Finalmente, hoje chegais a Jerusalém, a cidade que escolhestes; pois, é nela que está o vosso Templo. Em breve, encontrareis, nesta cidade, vossa Cruz e vosso Sepulcro; e o dia chegará em que estabelecereis junto a ela o vosso temível tribunal. Agora, chegais na cidade de Davi e de Salomão sem qualquer ruído, sem qualquer brilho. Jerusalém é apenas um local de passagem, rumo a Belém.

Todavia, Maria, vossa Mãe, e José, seu esposo, não a atravessam sem subir ao Templo, para oferecer ao Senhor suas preces e homenagens. E assim, pela primeira vez, o oráculo do Profeta Ageu se cumpre. Ele havia anunciado que a glória do segundo Templo seria maior do que a do primeiro.

O Templo possui, efetivamente, neste momento, uma Arca da Aliança bem preciosa, diferente daquela de Moisés, mas, sobretudo, incomparável a qualquer outro santuário, pela dignidade d´Aquele que está guardado em seu interior. É o próprio Legislador que está aqui, e não apenas uma mesa de pedra, sobre a qual a Lei se encontra gravada. Logo, a Arca viva do Senhor desce os degraus do Templo, e se dispõe a partir para Belém, onde a chamam outros oráculos.

Dom Guéranger
Ano Litúregico
Advento XXIII de dezembro


La fine della «leggenda nera» su Pio XII: Egli era invece il nemico numero uno del nazismo



La futura beatificazione di Pio XII riporta alla ribalta le solite vecchie polemiche sull'operato del papa. Torna utile allora riportare un documento che Repubblica scoprì nel 2007.


BERLINO «Il Papa, come tutti i nostri informatori riportano in modo concorde, ha un atteggiamento di grande simpatia nei confronti del popolo tedesco. Ciò che non si può dire invece del regime». «Pio XII aiuta la Polonia invasa». «Pacelli nasconde gli ebrei in fuga».

«Il Pontefice si attende un cambiamento della situazione in Germania, al più tardi dopo la morte del Fuehrer». Papa Pio XII non era dunque nella lista degli amici di Hitler. Le alte sfere del nazismo lo guardavano con diffidenza e perfino con preoccupazione. Questo pensavano e scrivevano i gerarchi del Terzo Reich, fino al più alto grado, nei rapporti segreti, nelle missive dei generali delle SS, nei telegrammi e nei dispacci inviati a Berlino dalle legazioni tedesche presso la Santa Sede («l' ambasciata nera», secondo la terminologia dell' epoca nazista) e il Quirinale («l' ambasciata bianca»).

Documenti finiti negli uffici di Erich Mielke e Markus Wolf, i capi della Stasi, il servizio segreto della ex Germania Est, pronti a essere usati in possibili operazioni contro il Vaticano. Pagine rimaste tuttavia sepolte negli archivi per decenni. Un vero e proprio dossier su Pio XII, di cui ora Repubblica è entrata in possesso.

Il materiale dimostra come in fondo, sia le camicie brune, i nazisti, sia i "rossi" della Germania comunista avessero come obiettivo quello di ottenere il massimo delle informazioni dentro la Santa Sede, considerata da entrambi un governo tutt' altro che amico. Leggendo le carte della dirigenza nazista, le stanze vaticane pullulavano di spie con la tonaca.

«Il religioso tedesco Dr. Birkner - è scritto nel rapporto di un agente da Roma - impiegato presso gli archivi vaticani, si è rivelato la più valida fonte di informazioni. Padre Leiber (Robert Leiber, segretario privato di Pio XII, ndr.) si è espresso nei confronti dell' informatore dicendo che la maggiore speranza della Chiesa è che il sistema nazionalsocialista nel prossimo futuro venga annientato da una guerra».

Ed è per l' appunto la diplomazia vaticana di Pio XII contro Hitler, sottile, non espressa ad alta voce, e perciò attentamente controllata dai nazisti, a preoccupare i gerarchi. I quali avevano impiantato una rete capillare capace di sapere, da una lettera intercettata del segretario di Stato cardinale Luigi Maglione che, sotto Città del Vaticano durante la guerra in previsione di un attacco, «il Papa si è fatto costruire un rifugio antiaereo a cui può accedere in ascensore». Ma soprattutto inquieta il regime l' azione di Eugenio Pacelli a favore della Polonia occupata, come si evince da più dispacci. Il rapporto del capo della polizia di Berlino lancia un grido di allarme al ministro degli Esteri, Joachim von Ribbentrop. «In via riservata - si legge nel documento - è stato possibile ottenere le missive di Pio XII e del segretario di Stato cardinale Maglione all' arcivescovo di Cracovia Adam Sapicka. Dalle due lettere, che allego in copia, emerge chiaramente l' atteggiamento filo-polacco del Papa e del suo segretario di Stato: «La Santa Sede non si è limitata ad aiutare i polacchi profughi nei vari paesi, ma anche quelli rimasti in patria».

Protezione che il Terzo Reich imputa a Pacelli pure nei confronti degli ebrei. «Il Vaticano - si legge in un altro appunto dattiloscritto - appoggia in tutti i modi emigranti ebrei battezzati nel loro tentativo di andare all' estero. Il Vaticano sostiene queste persone anche finanziariamente».

Dalla lettura di questi documenti la figura di Pio XII sembra dunque uscire in maniera nettamente diversa rispetto a quella tramandata (da chi? Dai suoi nemici, non certo da grandi storici del nazismo come l'ebreo Mosse, come Burleigh, come Spinosa...ndr). L' immagine qui è quella di un pontefice per nulla accondiscendente, anzi di un avversario abile e temuto, tutto il contrario del ritratto di un Pacelli timoroso e indeciso arrivato fino a oggi. Come è possibile? «Già nell' ultimo anno di guerra, il 1945 - spiega padre Giovanni Sale, storico della rivista Civiltà cattolica, autore del volume «Hitler, la Santa Sede e gli ebrei», e studioso tra i più autorevoli delle tematiche legate a Chiesa e nazismo - era cominciata una campagna anti-pacelliana. In un recente articolo ho portato a riprova alcune registrazioni effettuate da Radio Mosca e i pezzi giornalistici scritti dalla Pravda tesi a influenzare l' opinione pubblica e a creare la cosiddetta «leggenda nera» su Pio XII. Fino alla pubblicazione del libro «I papi contro gli ebrei» di David Kertzer tutta una generazione è rimasta influenzata dalla propaganda. Solo negli ultimi tempi i documenti usciti sia dal Foreign Office britannico sia dalla Cia stanno formulando critiche più moderate, abbattendo l' ignominia del giudizio contenuto anche in un altro testo, «Il Papa di Hitler» (di John Cornwell, fratello di John Le Carrè, ndr). Le novità contenute in queste carte inedite emerse in Germania trovano riscontro nella documentazione presente nell' Archivio vaticano. Lo scrivo da dieci anni: la Chiesa combattè il nazismo in tutti i modi».

«Pio XII in realtà non era un amico, bensì uno strenuo avversario di Hitler - afferma Werner Kaltefleiter, già vaticanista della rete tv Zdf e profondo conoscitore della Curia, autore lo scorso anno (con Hanspeter Oschwald) del libro «Spione im Vatikan», e che di recente ha pubblicato su www.kath.de un rigoroso studio sui carteggi riguardanti Pacelli - questo Papa non collaborava affatto con i nazisti, come alcune parti interessate hanno voluto far circolare dopo la guerra. No. Egli era invece il nemico numero uno del Fuehrer».

Il prossimo anno decorrerà il cinquantesimo anniversario della morte di Pacelli. E il processo di beatificazione, giudicato in modo diverso da fautori e detrattori, è ormai nella fase decisiva. Rivelazioni recenti sembrano aggiustare il tiro della critica sulla complessa figura di Pio XII. Alla fine dello scorso gennaio l' ex generale dei servizi segreti rumeni Ion Mihai Pacepa ha ammesso sulla rivista newyorchese National Review di aver manipolato per anni, su ordine del Kgb, l' immagine di Pacelli presso l' opinione pubblica internazionale.

La campagna di disinformazione, nome in codice «Posizione 12», era stata approvata da Nikita Krusciov con l' intento di screditare moralmente il Papa, facendolo apparire come un gelido simpatizzante dei nazisti e un silenzioso testimone dell' Olocausto. L' apice dell' azione di propaganda sarebbe stata, secondo Pacepa, la rappresentazione nel 1963 della celebre opera teatrale «Il Vicario», scritta dal drammaturgo tedesco Rolf Hochhuth, che demolì la figura di Pacelli, e da cui il regista Costa-Gavras avrebbe tratto nel 2002 il suo film «Amen». Il testo si sarebbe però basato su documenti contraffatti dai sovietici, procurati da religiosi rumeni che avevano accesso all' Archivio segreto vaticano. Hochhuth ha respinto le accuse con sdegno, definendole calunnie. Ma ora la partita su Pio XII si riapre. - DAL NOSTRO INVIATO MARCO ANSALDO Repubblica — 29 marzo 2007

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Antífonas O (VI) O Rex gentium



Ó Rei das nações! Estais a aproximar-vos cada vez mais desta Belém onde devereis nascer. A viagem está a findar e vossa augusta Mãe, que um dulcíssimo fardo consola e fortifica, vai pelo caminho, conversando convosco. Ela adora a vossa divina majestade e agradece a vossa misericórdia; ela se regozija por ter sido escolhida para o sublime mistério de servir de Mãe a um Deus.

Ela deseja e apreende, ao mesmo tempo, o momento em que, enfim, seus olhos vos contemplarão. Como conseguirá prestar serviços dignos de vossa soberana grandeza, se ela estima ser a última das criaturas? Como ousará, então, vos erguer em seus braços, vos aconchegar em seu coração, vos amamentar em seu seio humano e mortal?

Contudo, quando a Virgem Mãe pensa no momento que se aproxima, quando, sem deixardes de ser seu Filho, deixareis o ventre imaculado, necessitando de todos os cuidados de sua ternura, seu coração desfalece e o amor materno, confundindo-se com o amor que a doce Mãe tem por Deus, faz com que ela se sinta desfalecer, diante da luta desigual da fraca natureza humana, contra as mais fortes e poderosas de todas as afeições, reunidas num só coração; o seu.

Mas vós a submeteis, ó Desejado das nações! Pois, desejais que ela consiga cumprir vosso bem-aventurado desígnio, que deve dar à terra o Salvador, e aos homens, a Pedra angular que os reunirá numa única família.


Dom Guéranger
Ano Litúregico
Advento XXII de dezembro


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Obra de grande ajuda para o Novo Movimento Litúrgico no Brasil: Missarum Solemnia de Jungmann, S.J.

Clique na imagem para adquirir a obra


Apresentamos aos nossos leitores uma obra monumental sobre o desenvolvimento orgânico do Rito Romano e as diversas partes da Missa na sua Forma Extraordinária, recentemente publicada no Brasil por Paulus Editora. Trata-se de “Missarum Sollemnia” de J. A. Jungmann, S.J., considerado grande liturgista por Bento XVI.

Que esta obra nos ajude a termos, citando o nosso Papa, “um novo começo, que nasça no íntimo da liturgia, como queria o movimento litúrgico quando estava no apogeu de sua verdadeira natureza e não se preocupava em fabricar textos, inventar gestos e formas, mas em redescobrir o centro vivo, penetrar no tecido propriamente dito da liturgia, para que a sua realização nascesse da substância da liturgia”.

Antífonas O (V): O Oriens



Divino Sol, ó Jesus! Viestes para nos arrancar da noite eterna: Sede bendito para sempre! Como aperfeiçoais a nossa fé, antes de vir brilhar diante de nossos olhos, em todo o vosso esplendor! Com que prazer ocultais vossos raios, até o instante sublime fixado por vosso Pai celeste, quando devereis desabrolhar e revelar todas as vossas luzes e vosso fulgurante ardor!

Eis que atravessais a Judeia; aproximai-vos de Jerusalém; a viagem de Maria e José chega a seu fim. No percurso, encontrais aluviões de pessoas a caminhar em todas as direções, buscando, cada uma delas, sua cidade de origem, para satisfazer prontamente o edito do recenseamento.

De todas essas pessoas, nenhuma conseguiu imaginar que estáveis tão próximo, ó divino Oriente!

Maria, vossa Mãe é, para elas, uma pessoa comum; quando muito, a majestade e incomparável modéstia desta augusta Rainha é notada pelas pessoas. O que sentem, vagamente, é o admirável contraste entre uma dignidade tão soberana e uma condição tão humilde; porém, logo esquecerão este feliz encontro. Se veem a mãe com tanta indiferença, será que dedicarão algum pensamento, alguma atenção, ao filho ainda não nascido, quando este surgir em plena luz? E este filho, entretanto, sois vós, Sol da justiça!

Aumentai em nós a Fé, mas acrescentai, igualmente, o amor. Se estes homens vos amassem, ó libertador do gênero humano, vós vos manifestaríeis a eles; seus olhos, apesar disto, não vos veriam, mas, pelo menos, seus corações pulsariam ardentes, eles vos desejariam, e apressariam a vossa chegada com seus anseios e orações.


Dom Guéranger
Ano Litúregico
Advento XXI de dezembro


Bento XVI durante o Ângelus: “O Natal não é um conto para crianças”


Queridos irmãos e irmãs:

Com o 4º domingo do Advento, o Natal do Senhor já está diante de nós. A liturgia, com as palavras do profeta Miqueias, convida a contemplar Belém, a pequena cidade da Judeia que foi testemunha do grande acontecimento: “Tu, Belém de Éfrata, pequenina entre os mil povoados de Judá, de ti há de sair aquele que dominará em Israel; sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade” (Mq 5, 1)

Mil anos antes de Cristo, Belém tinha sido o lugar natal do grande rei Davi, a quem as Escrituras concordam em apresentar como antepassado do Messias. O Evangelho de Lucas narra que Jesus nasceu em Belém porque José, o esposo de Maria, sendo da “casa de Davi”, deveria dirigir-se a esta cidadezinha para o censo, e precisamente nesses dias Maria deu à luz seu filho Jesus (cf. Lc 2, 1-7).

De fato, a própria profecia de Miqueias prossegue aludindo precisamente a um nascimento misterioso: “Deus deixará seu povo ao abandono, até o tempo em que uma mãe der à luz; e o resto de seus irmãos se voltará para os filhos de Israel” (Mq 5, 2). Há, portanto, um desígnio divino que compreende e explica os tempos e os lugares da vinda do Filho de Deus ao mundo. É um desígnio de paz, como anuncia novamente o profeta, falando do Messias: “Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus; os homens viverão em paz, pois ele agora estenderá o poder até os confins da terra, e ele mesmo será a Paz” (Mq 5, 3-4).

Precisamente este último aspecto da profecia, o da paz messiânica, leva-nos naturalmente a sublinhar que Belém é também uma cidade-símbolo da paz, na Terra Santa e no mundo inteiro. Infelizmente, em nossos dias, esta não representa uma paz alcançada e estável, mas uma paz fatigosamente buscada e esperada. Deus, no entanto, não se resigna jamais a esta situação e por isso, também este ano, em Belém e no mundo inteiro, se renovará na Igreja o mistério do Natal, profecia de paz para cada homem, que empenha os cristãos a adentrar-se no que está fechado, nos dramas, frequentemente desconhecidos e escondidos, e nos conflitos do contexto no qual vivem, com os sentimentos de Jesus, para ser, em todos os lugares, instrumentos e mensageiros de paz, para levar amor onde há ódio, perdão onde há ofensa, alegria onde há tristeza e verdade onde há erro, segundo as belas expressões de uma conhecida oração franciscana.

Hoje, como nos tempos de Jesus, o Natal não é um conto para crianças, mas a resposta de Deus ao drama da humanidade em busca da paz verdadeira. “Ele mesmo será a paz!” – diz o profeta, referindo-se ao Messias. Cabe a nós abrir, destrancar as portas para acolhê-lo. Aprendamos de Maria e José: coloquemo-nos com fé ao serviço do desígnio do Senhor. Ainda que não compreendamos plenamente, confiemo-nos à sua sabedoria e bondade. Busquemos primeiro o Reino de Deus e a Providência nos ajudará.

Feliz Natal a todos!

Fonte: Zenit

domingo, 20 de dezembro de 2009

Heroicidad de Virtudes de Pío XII



Por: Sor Margherita Marchione, Ph.D.

Los católicos de todo el mundo están de plácemes por el acto en virtud del cual Su Santidad Benedicto XVI ha dado vía libre al proceso de beatificación del Siervo de Dios Pío XII, al firmar la mañana de hoy, 19 de diciembre de 2009, el decreto de la heroicidad de sus virtudes. El anuncio fue hecho después de la audiencia concedida al cardenal Angelo Amato, prefecto de la Congregación para las Causas de los Santos. Ahora se espera de los fieles que envíen informaciones para ver si algún milagro puede ser atribuido a la intercesión del nuevo Venerable. La causa de beatificación de Pío XII fue inicialmente introducida por Pablo VI a petición de la Conferencia Episcopal Norteamericana, seguida por otras, así como de cientos de miles de fieles alrededor del mundo.

En el 50º aniversario de la muerte de Pío XII, el 9 de octubre de 2009, el Santo Padre Benedicto XVI exhortó a los fieles a rezar para que tenga lugar su beatificación. Hoy, al cabo de catorce meses, después de un cuidadoso y laborioso examen por la Congregación para las Causas de los Santos y tras dos años desde que la positio fuera unánimemente aprobada por la comisión de cardenales y obispos, el anuncio oficial de la firma del decreto correspondiente por el Papa hace avanzar el proceso hacia sus etapas finales.

Poco después de la muerte de Pío XII el 9 de octubre de 1958, su sucesor el beato Juan XXIII se refirió a él en su primer mensaje de Navidad como “Padre y Pontífice nuestro, al que queremos ya contemplar como asociado a los Santos de Dios en las regiones celestiales”. Extraoficialmente “canonizó” a Pío XII y declaró que “bien conviene a su memoria bendita el triple título de doctor optimus, Ecclesiae sanctae lumen, divinae legis amator” (Michael Chinigo: The Teachings of John XXIII, 1967). El Venerable Pío XII es, en verdad, digno de estos apelativos: “Doctor óptimo, Luz de la Santa Iglesia, “Amante de la Ley Divina”. Pío XII trabajó con gran dedicación por la causa de la paz, condenó al nazismo antes y durante las hostilidades, alivió los sufrimientos y salvó las vidas de muchos judíos y cristianos víctimas de la guerra. Su vida virtuosa habla por ella misma y está respaldada por abundantes e incontestables pruebas documentales. La verdad acerca de su servicio a la Iglesia y al mundo –primero como diplomático y más tarde como Sumo Pontífice– en momentos particularmente difíciles para la Humanidad está asimismo históricamente establecida.

El papa Pacelli ha sido víctima de una injusta campaña de calumnias durante casi cincuenta años. Ahora, sin embargo, existen pruebas aplastantes que demuestran más allá de toda duda que trabajó sin descanso por la paz, que no buscó otra cosa que ayudar a las víctimas de la guerra en todos los modos posibles (especialmente a los judíos, centenares de miles de los cuales se vieron librados a través de sus esfuerzos) y que advirtió al mundo constantemente acerca de los horrores del nazismo y del comunismo.

El 2 de marzo de 1939, Eugenio Pacelli era elegido al solio de Pedro, tomó el nombre de su predecesor y como Pío XII dirigió al Papado en una incesante búsqueda de la paz en un período de violencia y trastornos sin precedentes (1939-1958). Realzó el prestigio de la Iglesia y ejerció un indisutible liderazgo no sólo sobre los católicos, sino sobre el mundo. Obtuvo mayor admiración y elogio que cualquiera de sus predecesores. La Iglesia no había conseguido, desde los tiempos de la Reforma, tan gran respeto. Buen samaritano y hombre cuya fe en Dios dio esperanza y coraje a millones de personas durante la Segunda Guerra Mundial, salvó más víctimas judías de los nazis que cualquier otra persona, ejército u organización. El cargo del que se le ha llegado a acusar, de haberse mostrado indiferente al destino de las víctimas del holocausto es injusto y se contradice con el testimonio de un vasto número de esas mismas víctimas, que se beneficiaron de su ayuda.

El célebre santo de Pietrelcina, el Padre Pío, fue una de las más carismáticas figuras del siglo XX. En su Diario (p. 225) el místico dejó escrito que cuando murió el papa Pío XII, el 9 de octubre de 1958, fue consolado “por la visión de este pontífice en el hogar celestial”. El 22 de febrero de 2001 Bernard Tiffany citó el siguiente testimonio del P. Dominic Meyer, O.F.M.Cap., secretario del santo fraile: “El Padre Pío me dijo haber visto al Papa durante su misa. Y muchos Milagros en varias partes del mundo fueron atribuidos a su intercesión. El 8 de diciembre de 1958 se publicaron las primeras estampas del difunto papa con una oración [en italiano] por su beatificación, pero hasta ahora no he visto ninguna con la oración en inglés” (30 de junio de 1959). En efecto, inmediatamente después del fallecimiento de Pío XII el mundo en general lo proclamó digno de la santidad. El estadounidense Michael Bobrow, corresponsal de prensa extranjera en Tierra Santa a finales de los Sesenta, es uno de los muchos judíos contemporáneos que están a favor de la canonización de Pío XII. Hace unos años declaró que un primo suyo “fue escondido por monjas católicas y se salvó gracias a las directivas de Pío XII, cuya canonización sería un acto de suprema justicia, caridad y verdad” (Carta a sor Margherita Marchione del 26 de diciembre de 1998).

Pío XII era una persona piadosa, serena y pacífica; hombre moderno, dotado de una memoria extraordinaria. Amigo del físico Guglielmo Marconi, fue de los primeros en usar los modernos medios de comunicación. Su inteligencia superior nunca intimidó a sus colaboradores. Su candor revelaba su alma, que se transparentaba a través de su amable sonrisa. Fue un realista lúcido y especial, con un sentido místico de la existencia humana, siempre en contacto con los más poderosos líderes el mundo. Fue un entendido en las más diversas disciplinas y sus discursos y escritos llenan una veintena de gruesos volúmenes. Siempre se preparaba concienzudamente para cada discurso. Pero a veces, sin tomar notas, improvisaba y se abandonaba a la inspiración del momento. Protegió a la Iglesia del peligro de los errores modernos, pero la preparó, trabajando diligentemente con la asistencia de hombres capaces, para el Concilio Vaticano II. Aunque muy humilde no fue un timorato y estuvo siempre dispuesto a hablar claramente. En todas sus palabras y acciones estuvo guiado por su amor a Dios, su devoción a la Virgen y su concepto de la dignidad del Papado.

Millones de peregrinos y visitantes que afluyeron al Vaticano, edificados por la paternal solicitud de Pío XII, su rostro sonriente y sus inspiradas palabras, experimentaron una fe, una esperanza y un amor a Dios y al prójimo intensos. No tenía miedo a la muerte y estuvo dispuesto a sacrificar su vida en defensa de los derechos de la Iglesia y en el cumplimiento de sus deberes pastorales. Cuando se corrió la voz de que los Nazis pretendían capturarlo y deportarlo y supo de los planes que se estaban haciendo los Aliados para asegurar su incolumidad en el extranjero, el Papa declaró firmemente que no abandonaría el Vaticano y que sólo se lo podrían llevar por la fuerza física. También se rehusó a ir a refugios antiaéreos. En lugar de eso, prefirió la protección de la oración en su capilla del Palacio Apostólico. Durante los dos bombardeos de Roma, dejó el Vaticano para ir al encuentro de los heridos y damnificados, a los que consoló y asistió tanto espiritual como materialmente. Nunca temió por su vida y, abandonándose a la voluntad de Dios, aceptó el sufrimiento al faltarle la salud con cristiana conformidad y fortaleza hasta su muerte en Castelgandolfo tras una larga agonía.

Un telegrama del 9 de marzo de 1944 (nº. 2341) confirma el hecho de que numerosos judíos y otros refugiados se hallaban ocultos en la villa pontificia de Castelgandolfo cuando los Aliados bombardearon la localidad. Soldados nazis con pesado equipamiento military estaban estacionados allí e intercambiaron fuego, de resultas de lo cual, según Allen Dulles, secretario de Estado norteamericano, “1000 personas resultaron heridas y 300 murieron. La Santa Sede protestó por el bombardeo de su territorio” (Hitler’s Doorstep: The Wartime Intelligence Reports of Allen Dulles, 1942-1945).

En todas partes la Iglesia denunció las deportaciones y el trato infligido a los judíos. Hombres de Iglesia valientes desafiaron a Hitler. El 16 de julio de 1942, cuando la policía de ocupación hizo una redada de 13.000 judíos en París, los Obispos franceses publicaron una protesta conjunta: “Nuestra conciencia cristiana clama por el horror. En nombre de la humanidad y de los principios cristianos reivindicamos los derechos inalienables de las personas”. Volúmenes de testimonios confirman las acciones heroicas del papa Pío XII y del clero católico en el mundo convulsionado por la guerra.

Gary Krupp, empresario judío y creador de la fundación Pave the Way para el entendimiento religioso, escribió: “No voy a hacer comentarios sobre un procedimiento católico como es una beatificación. No es algo de mi competencia. Sin embargo, creo que el papa Pío XII debería ser reconocido por el pueblo judío como Justo entre las Naciones en el Yad Vashem de Jerusalén. Gracias a la investigación de pruebas documentales por la Pave the Way Foundation, hemos descubierto que salvó secretamente a más judíos que todos los líderes religiosos y políticos juntos. Y esto lo hizo anónimamente. Nadie supo todo lo que llevó a cabo para salvarlos. En el judaísmo es ésta la más alta forma de caridad según nuestra tradición”.

New Jersey, 19 de diciembre de 2009

Magnífico artículo de un prestigioso jesuíta sobre el Latín y la Liturgia Gregoriana



Editorial del padre Kenneth Baker, S.J., director de la prestigiosa revista Homiletic & Pastoral Review, diciembre de 2009.

Es indudable que hemos constatado una crisis extrema en el conocimiento del latín en la Iglesia Católica desde el Vaticano II. Indudablemente no estaba en el espíritu de la mayor parte de los obispos presentes en el Concilio, que el aprobar la utilización de la lengua vernácula en la liturgia de la Iglesia llevara a la casi desaparición del latín tanto entre los obispos como entre los sacerdotes.He aquí algunos ejemplos de lo que quiero explicarles. La mayor parte de los sacerdotes recientemente ordenados no conocen bastante el latín para celebrar la Misa según la forma extraordinaria. La mayor parte de los obispos designados para reunirse en los sínodos en Roma son incapaces de comprender el latín cuando es utilizado. No saben ya leerlo o hablarlo. He sido testigo personalmente de esto desde hace 35 años. ¡Y esto ocurre en una Iglesia cuya lengua oficial es el latín! Muy importantes documentos del Vaticano, que durante más de 1.500 años eran escritos en latín, son ahora escritos en lenguas vernáculas y posteriormente traducidos al latín. Un buen ejemplo de esto es el del Catecismo de la Iglesia Católica, que fue redactado en francés y posteriormente traducido al latín.La indiferencia hacia el latín en los seminarios comenzó sobre 1960. El Papa Juan XXIII intentó detener el declive del latín promulgando su constitución apostólica Veterum Sapientia en 1962. Pero tantos los obispos como los superiores religiosos no aplicaron el deseo del Pontífice y no obligaron a ello, restando letra muerta. Yo recuerdo haber preguntado a un seminarista jesuita al principio de los años setenta si conocía el latín. Me respondió: “No. No hace falta. Todo lo que necesitamos saber está disponible en traducciones inglesas”.Querría llamar vuestra atención sobre un artículo de esta publicación: “Hacer retornar el latín” del profesor Mark Clark, que enseña latín en el Christendom College, en Front Royal, Virginia. El profesor Clark destaca que cerca de dos mil años de historia, de teología y de cultura católicas son en lengua latina. Aquellos que no conocen el latín, no tienen más acceso a este tesoro que en traducciones vernáculas, pero ninguna traducción puede dar totalmente los matices y el sentido que se encuentra en los originales. Por lo tanto, cuando obispos y sacerdotes ignoran el latín, están privados del acceso directo a las fuentes de la cultura católica. Es una catástrofe de primera magnitud y hay que hacer necesariamente algo. Me han dicho que no hay más que cinco o seis especialistas de latín en Roma misma que sean capaces de traducir en latín documentos como el Catecismo.Los padres del Vaticano II pensaron que el latín continuaría siendo la lengua común de los sacerdotes en el mundo entero. En su primera constitución sobre la liturgia, declararon: “El uso de la lengua latina, salvo derecho particular, será conservado en los ritos latinos”. Pero, por otra parte, no se daban cuenta realmente de lo que hacían al aprobar el uso de la lengua vernácula “que puede ser muy útil al pueblo”. Esta era una de las “bombas de relojería” disimuladas en los documentos del Vaticano II, que la mayor parte de los obispos que los habían votado no habían advertido.¿Es demasiado tarde para que el latín vuelva a ser una lengua viva entre los clérigos y los universitarios laicos católicos? El profesor Clark ve signos ciertos de un retorno posible del latín. Uno de ellos es sin duda la popularidad creciente e incesante de la Misa tradicional latina y el hecho de que ella es cada vez más aceptada en todo el país. El hecho de que el Papa haya promulgado en 2007 el motu proprio Summorum Pontificum, constituye otro signo. Muchos jóvenes sacerdotes están en vías de aprender latín a fin de poder celebrar la Misa según la forma extraordinaria que encontramos en el Misal romano de 1962. En la basílica de San Pedro, también, constatamos actualmente un renacimiento del canto gregoriano.Sería una señal fuerte para el retorno del latín que el Papa ordenase a todos los seminaristas que se forman para el sacerdocio católico el deber de aprender a celebrar la Misa en latín. Hay un rumor según el cual esto será estudiado en Roma. Ello querría decir que todos los seminarios deberían de nuevo enseñar el latín, y exigir que al menos se pueda leer para poder ser ordenado. Cuando tuve mi formación de jesuíta en los años cincuenta, las clases eran impartidas en latín, nuestros manuales estaban en latín y el examen oral de fin de año era realizado en latín. Al ser ordenados, podíamos leer, escribir y hablar en latín.El latín es un factor de unidad para todos los católicos romanos. Espero y rezo para que el Espíritu Santo inspire a nuestro Papa y a nuestros obispos a fin de que hagan regresar el latín como signo de la unidad de la Iglesia.

Tradución: Una Voce Málaga

Antífonas O (IV) O Clavis David (Ó Filho de Davi)



Ó Filho de Davi, herdeiro de seu trono e poder, percorrei, em vossa marcha triunfal, uma terra que outrora fora submissa a vosso antepassado, hoje subjugada pelos Gentios. Sabeis reconhecer na estrada, por toda parte, tantos lugares testemunhos das maravilhas da justiça e da misericórdia do vosso Pai, para com seu povo, ao tempo dessa antiga Aliança que ora se encerra.

Em breve, ao ser retirada a nuvem virginal que vos cobre, tornareis a empreender novas viagens por essa mesma terra; por ela passareis fazendo o bem, curando toda languidez e toda enfermidade, sem, contudo, ter um lugar onde repousar a vossa cabeça. Pelo menos, neste dia, o seio maternal vos oferece um abrigo doce e tranquilo, onde recebereis somente testemunhos do amor mais terno e respeitoso.

Mas, ó Senhor! Será preciso sair deste feliz abrigo, deste ninho perfeito. Será preciso, Luz eterna, brilhar no meio das trevas; pois o cativo que viestes libertar esmorece em sua prisão. Sentou-se ele à sombra da morte e nela irá perecer, se não vierdes, prontamente, abrir as execradas portas com vossa poderosa Chave!

Este cativo, ó Jesus, é o gênero humano, escravo de seus erros e vícios: vinde romper o jugo que o oprime e degrada; este cativo é o nosso coração, que muitas vezes é dominado por inclinações que ele mesmo desaprova: vinde, ó divino Libertador, resgatar tudo o que dignastes tornar livre por meio de vossa graça, vinde reedificar em nós a dignidade de vossos irmãos.

Dom Guéranger
Ano Litúrgico
Advento XX de dezembro


sábado, 19 de dezembro de 2009

Antífonas O (III): O radix Jessé (Ó rebento de Jessé)



Ei-vos, pois, a caminho, ó Filho de Jessé, para a cidade de vossos antepassados. Ergueu-se a Arca do Senhor, e avança, portando em si o Senhor que nela está, em direção ao lugar onde poderá repousar.

Os Anjos vos escoltam, vosso fiel Esposo vos envolve com toda a sua ternura, o céu em vós se compraz, e a terra vibra sob o venturoso peso do seu Criador e de sua augusta Rainha. Avançai, ó Mãe de Deus e dos homens, Propiciadora toda-poderosa em quem está contido o divino Maná que salvaguarda o homem da morte! Nossos corações vos seguem, acompanham e, como vosso Real antepassado, nós juramos "que não entraremos em nossas casas, não nos deitaremos em nossas camas, não fecharemos nossos olhos, não daremos repouso às nossas têmporas, até que tenhamos encontrado em nossos corações uma morada para o Senhor que portais em vosso seio, uma tenda, para o Deus de Jacó."

Vinde, pois, assim velado pelas entranhas puríssimas do Arco sagrado, ó rebento, descendente de Jessé, até que possais surgir para brilhar diante dos olhos dos povos, como um estandarte vitorioso. Então, os reis vencidos calar-se-ão diante de vós, e as nações vos aclamarão. Apressai-vos, ó Messias! Vinde e vencei todos os nossos inimigos, e libertai-nos.

Dom Guéranger
O ano litúrgico
Advento - XVII dezembro


DECLARAÇÃO RELATIVA À TUTELA DA FIGURA DO PAPA


Sobretudo ao longo dos últimos anos, pôde-se constatar o crescente afecto e a estima cordial de muitos pelos Sumos Pontífices, a ponto de alguns pretenderem intitular-lhes instituições universitárias, escolásticas ou culturais, bem como associações, fundações ou outros entes.

Sabendo disso, declara-se que compete exclusivamente à Santa Sé a legitimação para tutelar de qualquer modo o respeito devido aos Sucessores de Pedro e, consequentemente, para preservar a sua figura e identidade pessoal de iniciativas que adoptam, sem autorização, o nome e/ou o brasão dos Papas para fins e actividades que muito pouco ou nada têm a ver com a Igreja Católica. Na realidade, às vezes o que se procura, através do uso de símbolos e também de logotipos eclesiais ou pontifícios, é conferir credibilidade e consideração àquilo que é promovido ou organizado.

Portanto, a utilização, seja de tudo o que se refere directamente à pessoa e ao cargo do Sumo Pontífice (nome, imagem e brasão), seja da designação de "Pontifício/a", deve ser expressa e previamente autorizada pela Santa Sé.

Fonte: Santa Sé

GRANDIOSA DECISÃO DE BENTO XVI: LOGO SERÃO BEM-AVENTURADOS PIO XII E JOÃO PAULO II

PROMULGAZIONE DI DECRETI DELLA CONGREGAZIONE DELLE CAUSE DEI SANTI

Oggi, 19 dicembre 2009, il Santo Padre Benedetto XVI ha ricevuto in Udienza privata S.E. Mons. Angelo Amato, S.D.B., Prefetto della Congregazione delle Cause dei Santi. Nel corso dell’Udienza il Santo Padre ha autorizzato la Congregazione a promulgare i Decreti riguardanti:

(...)

- le virtù eroiche del Servo di Dio Pio XII (Eugenio Pacelli), Sommo Pontefice; nato a Roma il 2 marzo 1876 e morto a Castelgandolfo il 9 ottobre 1958;

- le virtù eroiche del Servo di Dio Giovanni Paolo II (Carlo Wojtyła), Sommo Pontefice; nato il 18 maggio 1920 a Wadowice (Polonia) e morto a Roma il 2 aprile 2005;

QUARTO DOMINGO DO ADVENTO (20 DE DEZEMBRO)


sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Antífonas O (II): O Adonai



Ò Senhor supremo! Adonai! Vinde remir-nos, não mais em vosso poder, mas na vossa humildade.

Vós, outrora, vos manifestastes a Moisés, vosso servidor, em meio a chamas divinas; surgindo do centro de raios e relâmpagos, destes a Lei a vosso povo: agora, não se trata mais de atemorizar, mas de salvar. Eis porque vossa mãe puríssima, Maria, tendo tomado ciência de que José, seu esposo, obedecendo ao edito do Imperador, deveria dirigir-se a Belém para o recenseamento, ocupou-se dos preparativos de vosso venturoso nascimento.

Ela preparou para vós, divino Sol, as humildes roupinhas que iriam cobrir a vossa nudez, protegendo-vos da frieza deste mundo que criastes, no momento em que estáveis por surgir, no centro da noite e do silêncio. É desta forma que vós nos liberais da servidão do orgulho que nos marca, e que vosso braço se mostra mais poderoso, embora parecendo mais frágil e inerte aos olhos dos homens.

Tudo está pronto, ó Jesus! Vossas roupinhas vos aguardam: parti depressa e vinde a Belém, para nos resgatar das mãos de nosso inimigo.

Dom Guéranger
O ano litúrgico
Advento - XVII dezembro

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Antífonas O (I): O Sapientia



Ó Sabedoria incriada, que em breve se tornará visível ao mundo, que fique bem claro neste momento que vós dispondes de sobre todas as coisas! Eis que, por meio de vossa divina permissão, um edito do Imperador Augusto acaba de ser publicado, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado. Cada cidadão do Império deve registrar-se na própria cidade.

O príncipe, em seu orgulho, acredita ter enfraquecido toda a espécie humana em benefício próprio. Os homens, em todo o globo, se agitam, aos milhões, e atravessam o imenso mundo romano em diversos sentidos; eles pensam que estão obedecendo a um homem, mas é a Deus que o fazem.

Essa grande agitação tem um único objetivo: levar um homem e uma mulher que habitam humilde casa em Nazaré, da Galileia até Belém; isto para que a mulher, desconhecida entre os homens da terra, porém, querida do céu, tendo chegado ao final da gravidez - o nono mês após a concepção - venha dar à luz, em Belém, Àquele que fora exaltado nas palavras do Profeta: "E tu, (Belém) Efrata, posto que, pequena demais entre milhares de Judá, de ti sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade, ó Belém!..." (Mq 5, 1)

Ó sabedoria divina! Como sois forte, para assim chegar aos vossos objetivos de forma invencível, apesar de oculta aos homens! Como sois meigo, respeitando, sem qualquer violência, a liberdade deles! E, como sois paternal em vossa providência e precaução, para com as nossas necessidades! Escolhestes Belém para nascer, porque Belém significa a Casa do Pão. Assim, vós nos mostrais que vosso desejo é o de ser nosso Pão, nosso sustento e nosso alimento de vida. Alimentados por um Deus, não morreremos jamais.

Dom Guéranger
O ano litúrgico
Advento - XVII dezembro

Las Antífonas Mayores



Desde hoy hasta la vigilia anterior a la de Navidad, en el momento que se recita el Magnificat, en la oración de Vísperas del rito romano, se cantan siete antífonas, una por día, cada una de las cuales comienza con una invocación a Jesús, quien en este caso nunca es llamado por su nombre.

Este septenario es muy antiguo, se remite a la época del papa Gregorio Magno, alrededor del año 600. Las antífonas están en latín y se inspiran en textos del Antiguo Testamento que anuncian al Mesías.

Al comienzo de cada antífona, en ese orden diario, Jesús es invocado como Sabiduría, Señor, Raíz, Llave, Sol, Rey, Emmanuel. En latín: Sapientia, Adonai, Radix, Clavis, Oriens, Rex, Emmanuel.Leídas a partir de la última, las iniciales latinas de esas palabras forman un acróstico: "Ero cras", es decir, "Será mañana".

Es el anuncio del Señor que viene. La última antífona, que completa el acróstico, se canta el 23 de diciembre y al día siguiente, con las primeras vísperas, comienza la fiesta de Navidad.


I – 17 de diciembre

O SAPIENTIA, quae ex ore Altissimi prodiisti, attingens a fine usque ad finem fortiter suaviterque disponens omnia: veni ad docendum nos viam prudentiae.

Oh Sabiduría que sales de la boca del Altísimo (Eclesiástico 24, 3), te extiendes hasta los confines del mundo y dispones todo con suavidad y firmeza (Sabiduría 8, 1): ven a enseñarnos el camino de la prudencia (Proverbios 9, 6).

II – 18 de diciembre

O ADONAI, dux domus Israel, qui Moysi in igne flammae rubi apparuisti, et in Sina legem dedisti: veni ad redimendum nos in brachio extenso.

Oh Señor (Éxodo 6, 2 Vulgata), guía de la casa de Israel, que apareciste ante Moisés en la zarza ardiente (Éxodo 3, 2) y en el Monte Sinaí le diste la Ley (Éxodo 20): ven a liberarnos con brazo poderoso (Éxodo 15, 12-13).

III – 19 de diciembre

O RADIX Iesse, qui stas in signum populorum, super quem continebunt reges os suum, quem gentes deprecabuntur: veni ad liberandum nos, iam noli tardare.

Oh Raíz de Jesé, que te elevas como bandera de los pueblos (Isaías 11, 10), callan ante ti los reyes de la tierra (Isaías 52, 15) y las naciones te invocan: ven a liberarnos, no tardes (Habacuc 2, 3).

IV – 20 de diciembre

O CLAVIS David et sceptrum domus Israel, qui aperis, et nemo claudit; claudis, et nemo aperit: veni et educ vinctum de domo carceris, sedentem in tenebris et umbra mortis.

Oh Llave de David (Isaías 22, 22), cetro de la casa de Israel (Génesis 49, 10), que abres y nadie puede cerrar; que cierras y nadie puede abrir: ven, libera de la cárcel al hombre prisionero, que yace en tinieblas y en sombras de muerte (Salmo 107, 10.14).

V – 21 de diciembre

O ORIENS, splendor lucis aeternae et sol iustitiae: veni et illumina sedentem in tenebris et umbra mortis.

Oh Sol que naces de lo alto (Zacarías 3, 8; Jeremías 23, 5), esplendor de la luz eterna (Sabiduría 7, 26) y sol de justicia (Malaquías 3, 20): ven e ilumina a quien yace en tinieblas y en sombras de muerte (Isaías 9, 1; Evangelio según san Lucas 1, 79).

VI – 22 de diciembre

O REX gentium et desideratus earum, lapis angularis qui facis utraque unum: veni et salva hominem quel de limo formasti.

Oh Rey de los gentiles (Jeremías 10, 7), esperado por todas las naciones (Ageo 2, 7), piedra angular (Isaías 28, 16) que reúnes en uno a judíos y paganos (Epístola a los Efesios 2, 14): ven y salva al hombre que has creado usando el polvo de la tierra (Génesis 2, 7).

VII – 23 de diciembre

O EMMANUEL, rex et legifer noster, expectatio gentium et salvator earum: veni ad salvandum nos, Dominus Deus noster.

Oh Emmanuel (Isaías 7, 14), nuestro rey y legislador (Isaías 33, 22), esperanza y salvación de los pueblos (Génesis 49, 10; Evangelio según san Juan 4, 42): ven a salvarnos, oh Señor Dios nuestro (Isaías 37, 20).


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Lefebvrianos: el Papa ha anhelado reconstruir la unidad


Entrevista al cardenal Bertone en la cadena francesa KTO

PARÍS, miércoles 16 de diciembre de 2009 (ZENIT.org).- La voluntad de Benedicto XVI de reanudar las relaciones con los fieles ligados a la liturgia tradicional ha venido motivada por “la necesidad de reconstruir la unidad en el interior de la Iglesia católica” y de valorar el hecho de que no se produzca una “ruptura con la tradición”.

Lo afirmó el cardenal Tarcisio Bertone, secretario de Estado, en una entrevista exclusiva concedida el 14 de diciembre a la cadena de televisión francesa KTO con motivo de su décimo aniversario.


Entrevistado por Philippine de Saint-Pierre, directora de programas de la cadena, el “número dos” de la Santa Sede evocó la cuestión del levantamiento de las excomuniones y del deseo de la Iglesia de reanudar la amistad con los fieles que siguieron a monseñor Lefebvre.

Benedicto XVI “es muy consciente precisamente de los problemas ligados a la escisión de los fieles que siguieron a monseñor Lefebvre”, aseguró.

“Hay que recordar que en 1998, fue él quien condujo las relaciones y el diálogo con monseñor Lefebvre y su equipo, a petición de Juan Pablo II”, destacó el cardenal Bertone.

“Él ha visto las causas de esta escisión y la necesidad de reconstruir la unidad en el seno de la Iglesia católica”.

“Como él ha dicho en su carta escrita a principios de este año, en el mes de enero”, el Papa “está movido por la preocupación por la unidad del primer círculo en el interior de la Iglesia”.

“Y ésa debe ser una preocupación esencial para el Papa, que es el ministro y el garante de la comunión en la Iglesia”.

Finalmente, “la otra razón de su acción es la de la “no discontinuidad”, la de la “no ruptura” con la tradición”, añadió.

“La tradición forma parte de la Iglesia, es un patrimonio que necesitamos conocer y valorar y no apartar o dejar en las bibliotecas”, dijo el purpurado.

“Así, él ha buscado la valorización de este aspecto, poniendo las condiciones precisas, que no siempre son observadas”.

En la entrevista, el primer colaborador del Papa también evocó otras cuestiones importantes del pontificado de Benedicto XVI.

Se refirió al “diálogo ecuménico, en particular con el mundo ortodoxo, en el que el Papa es una personalidad muy estimada como gran teólogo”; también al “diálogo con el judaísmo” y a “las relaciones con el Islam”.

“He aquí -concluyó- algunas de las cuestiones importantes sobre las que él ha puesto el acento, sobre las que él ha dado orientaciones precisas”.

Fuente: Zenit

O BRILHO DAS QUATRO TÊMPORAS



Michael P. Foley

As Quatro Estações

As Quatro Têmporas, que caem na quarta-feira, sexta-feira e sábado da mesma semana, ocorrem em conjunção com as quatro estações do ano. O outono [primavera no hemisfério sul, n.d.t.] traz as Têmporas de setembro, também conhecidas como as Têmporas de São Miguel devido a sua proximidade coma Festa de São Miguel em 29 de setembro. O inverno [verão no hemisfério sul, n.d.t.], por outro lado, traz as Têmporas de dezembro, durante a terceira semana do Advento e a primavera [outono no hemisfério sul, n.d.t.] traz as Têmporas da Quaresma, após o primeiro domingo da Quaresma. Finalmente, o verão [inverno no hemisfério sul, n.d.t.] anuncia as Têmporas de Pentecostes, que ocorrem dentro da Oitava de Pentecostes.

No Missal de 1962, as Têmporas eram observadas como férias de segunda classe, dias feriais de especial importância que se sobrepunham inclusive a certas festas de santos. Cada dia tem sua Missa própria, todas as quais são bastante antigas. Uma prova de sua antiguidade é que elas são uns dos poucos dias no rito gregoriano (como o Missal de 1962 agora vem sendo chamado) que têm cinco leituras do Antigo Testamento acompanhadas da leitura da Epístola, uma disposição antiga de fato.

Jejum e abstinência parcial durante as Têmporas eram também observados pelos fiéis desde tempos imemoriais até a década de 60. É esta associação de jejum e penitência com as Têmporas que levou alguns a pensarem que seu nome peculiar tivesse algo a ver com cinzas ardentes, ou brasas. Mas o nome em inglês [ember] deriva-se provavelmente de seu título latino, as Quatuor Tempora ou “Quatro Estações”.

Apostólicas e Universais

A história das Têmporas leva-nos às origens mesmas do Cristianismo. O Antigo Testamento prescreve um jejum quádruplo como parte de sua consagração do ano em curso a Deus (Zac 8, 19). Além destas observâncias sazonais, judeus piedosos na Palestina do tempo de Jesus jejuavam toda segunda e quinta – daí a vanglória do fariseu sobre o jejuar duas vezes por semana na parábola envolvendo um deles e o publicano (Lc 18, 12).

Os primeiros cristãos corrigiram ambos os costumes. A Didache, obra tão antiga que pode inclusive ser datada antes de alguns livros do Novo Testamento, conta-nos que os cristãos palestinos no primeiro século jejuavam todas as quartas e sextas: quartas porque é o dia em que Jesus foi traído e sextas porque é o dia em que Ele foi crucificado. O jejum de quartas e sextas de tal forma fizeram parte da vida cristã que uma palavra em gaélico, Didaoirn, significa literalmente “o dia entre os jejuns”.

No século terceiro, os cristãos em Roma começaram a destinar alguns destes dias à oração sazonal, em parte como imitação do costume judeu e em parte como resposta às festas pagãs que ocorriam por volta da mesma época. Assim nasceram as Têmporas. E depois que o jejum semanal tornou-se menos frequente, foram as Têmporas que permaneceram como testemunho evidente de um costume que remonta aos próprios Apóstolos. Ademais, ao modificando-se os dois jejuns judeus, as Têmporas encarnam a declaração de Cristo de que Ele não veio para abolir a Lei, mas para cumpri-la (Mt 5, 17).

Proveitosamente Naturais

Este cumprimento da Lei é crucial porque ensina-nos algo fundamental sobre Deus, Seu plano redentor para nós e a natureza do universo. Tanto no caso dos jejuns sazonais dos judeus quanto das Têmporas dos cristãos, somos chamados a considerar a maravilha das estações naturais e sua relação com o Criador. Pode-se dizer, por exemplo, que as quatro estações indicam individualmente a felicidade do Céu, onde há “a beleza da primavera, o brilho do verão, a abundância do outono e o repouso do inverno”.

Isto é significativo porque as Têmporas são o único tempo no calendário da Igreja onde a natureza qua natureza é destacada e reconhecida. Certamente o ano litúrgico como um todo pressupõe o ritmo anual da natureza (a Páscoa coincide com o equinócio de primavera, o Natal com o solstício do inverno, etc. [no hemisfério norte, n.d.t.]), mas aqui nós não celebramos os fenômenos naturais em si, mas os mistérios sobrenaturais que eles evocam. As Rogações comemoram a natureza, mas principalmente à luz de seu significado agrícola (ou seja, em relação com seu cultivo pelo homem) e não em seus próprios termos, por assim dizer.

As Têmporas, portanto, destacam-se como os únicos dias nas estações sobrenaturais da Igreja que comemoram as estações naturais da terra. Isto é apropriado porque, uma vez que o ano litúrgico renova anualmente nossa iniciação no mistério da redenção, ele deve fazer alguma menção especial à própria coisa que a graça aperfeiçoa.

Caracteristicamente Romanas

Mas e o sábado? A apropriação romana do jejum semanal evoluiu acrescentando o sábado como extensão do jejum de sexta-feira. E durante as Têmporas, eram realizadas uma Missa especial e uma procissão para a Basílica de São Pedro, com a congregação sendo convidada a “ficar em vigília com Pedro”. Sábado é um dia apropriado não somente para uma vigília, mas como um dia de penitência, quando nosso Senhor “jazia no sepulcro, e os Apóstolos estavam com o coração entristecido e em grande pesar”. A propósito, foi este costume que deu origem ao provérbio: “quando em Roma, faça como os romanos”. Segundo a estória, quando Santo Agostinho e Santa Mônica perguntaram a Santo Ambrósio de Milão se eles deviam obedecer aos jejuns semanais de Roma ou de Milão (que não incluía os sábados), Ambrósio respondeu: “quando eu estou aqui, eu não jejuo aos sábados, quando estou em Roma, jejuo”.

Solidariedade entre clérigos e leigos

Outro costume romano, instituído pelo Papa Gelásio em 494, é usar os sábados da Têmporas como dia para se conferir as Ordens Sagradas. A tradição apostólica prescrevia que as ordenações fossem precedidas por jejum e oração (cf. At 13, 3), e assim era bastante razoável situar as ordenações ao final deste período de jejum. Isto permitia à comunidade inteira unir-se aos candidatos no jejum e na oração pela bênção de Deus para sua vocação, e não apenas a comunidade desta ou daquela diocese, mas de todo o mundo.

Orações Pessoais

Além de comemorar as estações da natureza, cada uma das quatro Têmporas assume o caráter do tempo litúrgico em que está situada. As Têmporas do Advento, por exemplo, celebram a Anunciação e a Visitação, as únicas vezes durante o Advento, no Missal de 1962, em que isto é feito explicitamente. As Têmporas da Quaresma permite-nos ligar a estação da primavera [no hemisfério norte, n.d.t.], quando a semente deve morrer para produzir nova vida, à mortificação quaresmal de nossa carne. As Têmporas de Pentecostes, curiosamente, encontram-nos jejuando durante a Oitava de Pentecostes, ensinando-nos que existe um “jejum alegre”. As Têmporas de Outono [no hemisfério norte, n.d.t.] são o único tempo em que o calendário romano ecoa a Festa dos Tabernáculos e o Dia do Perdão dos judeus, duas comemorações que nos ensinam muito sobre nossa peregrinação terrena e sobre o sumo-sacerdócio de Cristo.

As Têmporas também nos oferecem a ocasião de um exame trimestral de nossa alma. O beato Tiago de Varazze (+ 1298) lista oito razões pelas quais nós devemos jejuar durante as Têmporas, a maioria delas relacionada à nossa luta pessoal contra o vício. O verão, por exemplo, que é quente e seco, é análogo ao “fogo e ardor da avareza”, enquanto o outono é frio e seco, como o orgulho. Tiago faz ainda um trabalho cativante ao coordenar as Têmporas com os quatro temperamentos: a primavera é sanguínea, o verão é colérico, o outono é melancólico e o inverno é fleumático. Não espanta que as Têmporas tenham se tornado tempos de retiro espiritual (não diferente de nossos modernos retiros), e que o folclore na Europa cresceu em torno deles, afirmando seu caráter especial.

Até o Extremo Oriente foi afetado pelas Têmporas. No sexto século, quando os missionários espanhóis e portugueses estabeleceram-se em Nagasaki, Japão, eles procuraram fazer refeições saborosas sem carne para as Têmporas e começaram a fritar camarões. A ideia conquistou os japoneses, que aplicaram o processo ao um diferente número de pratos do mar e vegetais. Eles chamam esta deliciosa comida – já adivinharam? – “tempura”, de Quatuor Tempora.

Têmporas Moribundas

Embora as Têmporas tenham permanecido estabelecidas no calendário universal como obrigatórias (assim como o jejum que a acompanha), sua influência irradiante sobre outras áreas da vida por fim diminuiu. No século vinte, as ordenações já não eram exclusivamente programadas para os sábados das Têmporas e seu papel como “exames espirituais” foi gradualmente esquecido. Os textos do Vaticano II poderiam ter feito muito para renovar as Têmporas. A Constituição sobre a Sagrada Liturgia determina que os elementos litúrgicos “que sofreram os prejuízos dos tempos sejam agora restaurados conforme a antiga tradição dos Santos Padres” [“restituantur vero ad pristinam sanctorum Patrum normam nonnulla quae temporum iniuria deciderunt”] (50).

Mas, ao invés, o que veio foram as Normas Gerais para o Ano Litúrgico e o Calendário (1969) da Sagrada Congregação para o Culto Divino, onde lemos:

“Nas rogações e têmporas, a prática da Igreja é oferecer orações aos Senhor pelas necessidades de todo o povo, especialmente pela produtividade da terra e pelo trabalho humano, e lhe dar graças publicamente” (45).

“De modo a adaptar as rogações e as têmporas às várias regiões... as conferências dos bispos devem dispor o tempo e o modo de sua celebração” (46).

Felizmente, as Têmporas não deveriam ser removidas do calendário mas adaptadas pelas conferências nacionais de bispos. Houve, entretanto, várias defeitos nesta disposição. Primeiro, a SCCD trata as Rogações e as Têmporas como sinônimos, o que – como dizíamos no artigo anterior – elas não são. As Têmporas não rezam, por exemplo, pela “produtividade da terra e pelo trabalho humano” no ocaso do inverno. Segundo, ao pedir uma adaptação para as várias regiões, a SCCD permite que as Têmporas assumam um número indeterminado de significados que nada têm a ver com sua natureza, tais como “paz, a unidade da Igreja, a propagação da fé, etc.” Diferentemente do desenvolvimento orgânico das Têmporas, que preservou seu significado básico enquanto assumiu outros, a diretriz de 1969 não oferece salvaguardas para garantir que os novos significados atribuídos não substituiriam o propósito mais fundamental das Têmporas. Terceiro, as conferências nacionais de bispos deviam fixar os dias das Têmporas, mas nenhuma, pelo que sei, jamais o fez.

Têmporas Mortas & Vivos Debates

Devido a esta ambiguidade e falta de direção, as Têmporas desapareceram da celebração do Novus Ordo, e no pior momento possível. Pois exatamente quando a Igreja estava deixando sua celebração litúrgica da natureza cair no esquecimento, o Ocidente estava voltando-se freneticamente para a natureza. Desde a publicação do Príncipe de Maquiavel no século XVI, a sociedade moderna tem se dedicado a uma guerra tecnológica contra a natureza de modo a aumentar o domínio e o poder do homem. A natureza não é mais uma donzela a ser cortejada (como ela tinha sido para os gregos, romanos e cristãos medievais); ela devia, a partir de então, ser violentada, submetida através dos avanços tecnológicos mais impressionantes que fariam da humanidade, nas palavras frias de Freud, “um deus protético”.

Embora existam fortes reações a esta nova atitude, a hostilidade moderna ao que foi dado por Deus apenas expandiu-se com o tempo, evoluindo de uma guerra à natureza a uma guerra à natureza humana. Nossas preocupações atuais com a engenharia genética, “mudanças” de sexo, “casamento” entre pessoas do mesmo sexo – todas tentativas de redefinir e reconfigurar a natureza – são exemplos desta escalada em curso.

O movimento ecológico que começou na década de 60 ajudou a trazer à luz as implacáveis ondas de exploração da natureza, e assim temos hoje um reconhecimento renovado das virtudes do manejo responsável e das maravilhas da terra verde, mas frágil, de Deus. Mas este mesmo movimento, que serviu de muitas formas como um renascimento saudável, é temperado de absurdos.

Geralmente os mesmos ativistas que defendem girinos em perigo são defensores da aniquilação de bebês não-nascidos. Recentemente, após aprovar suas leis abortistas, o governo socialista da Espanha introduziu uma legislação para garantir aos chimpanzés direitos legais de modo a “preservar as espécies da extinção” – isto num país sem população nativa de primatas.

Muitas vezes, o ecologismo contemporâneo é também panteísta em suas convicções, tendo como resultado que para muitos ele torna-se uma religião em si mesmo. Esta nova religião vem completa com seus próprios sacerdotes (climatologistas), seus próprios evangelhos (dados sacrossantos sobre o aumento das temperaturas e o afundamento das geleiras), seus próprios profetas (Al Gore, que infelizmente permanece bem recebido em sua própria terra) e, mais que tudo, seu próprio apocalipsismo, com os quatro cavaleiros do desmatamento, aquecimento global, esgotamento de ozônio e combustíveis tóxicos, todos conduzindo-nos a um Apocalipse mais apavorante para a mente secular que os Quatro Novíssimos.

Conclusão

Meu objetivo não é negar a validade destas preocupações, mas lamentar a moldura neo-pagã em que elas são colocadas muito frequentemente. O homem moderno é tão caótico que, quando finalmente redescobre um amor pela natureza, ele o faz da maneira menos natural. Tanto a antiga antipatia à natureza como sua atual idolatria têm uma grave necessidade de correção, uma correção que a Igreja está bem preparada para providenciar. Como Chesterton gracejava, os cristãos podem amar verdadeiramente a natureza porque eles não a adorarão. A Igreja proclama a bondade da natureza porque ela foi criada por um Deus bom e amoroso e porque ele reflete sacramentalmente a grandeza da bondade e do amor de Deus.

A Igreja faz isto liturgicamente com sua observância das “Quatro Estações”, as Têmporas. Celebrar as Têmporas não oferece, obviamente, soluções prontas para as complicadas dificuldades ecológicas do mundo, mas é um bom curso de atualização sobre primeiros princípios básicos. As Têmporas oferecem uma alternativa inteligente ao ecologismo panteísta, e fazem isto sem ser artificiais ou complacentes, como um novo “Dia da Terra” católico ou algo parecido indubitavelmente seriam.

É uma lástima que a Igreja inconscientemente permitiu que o brilho das Têmporas morresse no exato momento da história em que seu testemunho era mais necessário, mas é uma grande ajuda que a Summorum Pontificum tenha novamente tornado sua celebração universalmente acessível. Cabe à nova geração assumir sua prática com uma revigorada consideração daquilo que elas significam.

Michael P. Foley é professor adjunto de patrística na Universidade de Baylor. É autor de Wedding Rites: A Complete Guide to Traditional Music, Vows, Ceremonies, Blessings, and Interfaith Services (Eerdmans) e Why Do Catholics Eat Fish on Friday? The Catholic Origin to Just About Everything (Palgrave Macmillan).

Fonte: Rorate Caeli
Tradução: Oblatus