sexta-feira, 8 de julho de 2011

Festa do Coração Eucarístico de Jesus

 

Amor de Jesus na Eucaristia

S. Paulo escreveu: “Grande é o mistério da piedade: Ele foi manifestado na carne, justificado no Espírito, contemplado pelos anjos, proclamado às nações, crido no mundo, exaltado na glória (1Tm 3,16). Nossa piedade se baseia em Cristo.

A devoção ao Coração Eucarístico de Jesus provém dos meados do século XIX. Pio XII, na encíclica “Haurietis aquas” (Buscareis as águas), promoveu essa devoção com estas palavras: “Não será fácil compreender a força do amor que levou Jesus Cristo a dar-se a nós como alimento espiritual, se não se fomenta de modo especial o culto ao Coração Eucarístico de Jesus". Este culto não difere do culto que a Igreja tributa ao Sagrado Coração de Jesus. Ela venera com respeito, amor e gratidão, o símbolo do amor supremo pelo qual Jesus Cristo instituiu o sacramento da Eucaristia, para permanecer conosco. Com todo o direito, há de ser venerado com culto especial esse adorável desígnio do Coração de Cristo, demonstração suprema de seu amor. Bento XV aprovou a devoção ao Coração Eucarístico de Jesus que nos dá a Santíssima Eucaristia. O que me leva a retomar este tema é lembrar que a devoção ao Sagrado Coração não é voltada para os benefícios que teremos, mas sim para ir ao mistério profundo do amor de Cristo. É o culto em seu sentido puro: estar voltado para Deus amando o Amor que se doou. Refletimos com Paulo: “Tereis assim a capacidade de compreender com todos os santos qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, e de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento” (Ef 3,19).

Doçuras do amor

Rezamos na coleta da missa do Coração Eucarístico: “Senhor Jesus Cristo, que para derramar sobre os homens as riquezas de vosso amor, instituístes a Eucaristia e o sacerdócio, concedei-nos amar ardentemente vosso Coração e usar dignamente vossos dons”. Quem tem fé, descobre o amor, como interpreta Jeremias: “Com amor eterno eu te amei; por isso, compadecido, te atraí” (Jr 31,3). Este momento nos convida a entrar nas inenarráveis doçuras do amor (Innenarrabile dilectionis dulcedine). Somente aqui podemos aquilatar o quanto conhecemos da Eucaristia: o prazer de amar aquele que por amor se faz presente na Eucaristia. Este amor de profundo desapego de si, deixa-se cativar e envolver pelas malhas do amor de Cristo que se entregou. Quanto seria diferente nossa vida se tivéssemos este amor e se amando pudéssemos aprender o amor que se doa e acolhe.

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista

Fonte: Santuário de  Nossa Senhora do Rocio