Summorum Pontificum São Luis
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
“Benedicto XVI es la columna que sostiene hoy a la Iglesia”, dice el card. George Cottier
Una gran fiesta de la Iglesia. Un momento “de alegria”, en que “la Iglesia se ha reunido en torno al Papa” para manifestarle “el propio afecto”. “En las grandes perplejidades de nuestro tiempo, él es la columna que sostiene. Lo hace con sencillez, sin fracaso”. El cardenal George Cottier, que cumplirá noventa años en abril, por casi veinte años teólogo de la Casa Pontificia, habla de los cuatro días del cuarto Consistorio de Benedicto XVI. Que han confirmado, dice con un ojo – desencantado - dirigido a las polémicas de las últimas semanas, que “su principal preocupación es que los cristianos vuelvan a los temas centrales de la fe”.
¿Cómo ha visto al Papa en estos días?
Me ha impresionado su serenidad. Ciertamente sufre todas las cosas que han sido dichas por los medios en estos días, pero en el fondo de su ánimo está sereno. Es la fuerza del Espíritu Santo que guía su vida. Es su fe. La vocación específica de Pedro es sostener la fe de los hermanos. He aquí que, en todas las dificultades, en todas las grandes perplejidades, él es la columna que sostiene. Puede parecer un poco cansado, pero en estos días ha hecho una estupenda síntesis de lo que debe ser la actitud de los creyentes, no buscar nunca el poder sino el servicio, hasta el martirio si es necesario, siguiendo el ejemplo de Jesús. Y es bellísimo el testimonio de este hombre que, humilde, sencillo, modesto, tiene esta fuerza espiritual tan intensa, capaz de transmitir paz.
En pocas palabras, se puede decir que, para él, es un modo de ir “más allá”.
Sí, ciertamente. Él deja pasar estas “olas” que quisieran sacudir a la Iglesia, esta gran agitación de las aguas, porque sabe que el movimiento de fondo va más allá. Me ha ocurrido que reflexionando en estos días sobre todo esto, y precisamente durante las jornadas del Consistorio, hablando con otros hermanos, he constatado que no había sido el único en tener un cierto pensamiento. Que es éste: en todo el agitarse en torno a la Iglesia, se puede ver la obra del Maligno en acción. Pero si agita mucho las aguas entonces quiere decir que hay vitalidad en la Iglesia, que el Maligno quiere contrastar. Y esta vitalidad es la fuerza de la fe, es la vida cristiana que se manifiesta en todo el mundo.
¿Dónde se ve esta vitalidad?
Precisamente hace un tiempo un hermano, que viaja mucho, me hablaba de cómo, en todo el mundo, los jóvenes de alguna manera han reencontrado el sentido de la adoración eucarística. Estos son realmente signos de gran vitalidad, allí está la realidad de la Iglesia: una realidad que no debe ser ofuscada por los pecados de los cristianos. Y éste es, en el fondo, el misterio de la Iglesia, que es santa y que tiene miembros que son pecadores, pero que están llamados a ser santos. Entonces, si es a esto a lo que todos estamos llamados, a la santidad, entonces estamos llamados también a dar testimonio, a tener una vida coherente con lo que profesamos. El Papa, también en estos últimos días, ha citado la palabra de Pablo VI, que decía que nuestra época es más sensible a los testigos que a los maestros, y todavía más a los maestros que son también testigos. Éste debería ser el programa de todos nosotros. De todos los cristianos, pero ciertamente todavía más los que tenemos responsabilidades particulares.
¿Qué ejemplo nos da Benedicto XVI?
Un ejemplo grandísimo, cotidiano. Tiene 85 años, como dije antes a veces se lo ve cansado, y esto es totalmente normal; las falsas novelas que se han oído dando vueltas, también sobre esto, ciertamente lo hacen estar mal… Sin embargo, nosotros vemos cómo, a su edad, logra hacer cosas extraordinarias: lo hemos visto en Madrid, o en Alemania, donde nos ha recordado que las estructuras más bellas, si están vacías de fe, no valen nada. Lo hemos visto cuando ha ido a Rebibbia. Y dentro de poco irá a México y a Cuba. Sus catequesis de los miércoles son extraordinarias. Debemos mirar estas cosas. Que él hace siempre con esta idea-clave, que el problema fundamental, especialmente de Europa y de Occidente, es la necesidad de la re-evangelización, a causa de la pérdida de la fe. Esta es la línea fuerte de su pontificado, esta invitación a volver a mirar al amor de Jesús, a la Eucaristía, a los temas centrales de la fe cristiana. Y el Papa habla de esto, porque esto es lo que interesa al mundo.
Avvenire
La Buhardilla de Jerónimo
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Papa Bento XVI nomeia Dom Jacinto de Brito Arcebispo de Teresina
Bento XVI nomeou hoje, 22 de fevereiro, como novo Arcebispo de Teresina - PI Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, que é bispo de Crateús-CE desde 1998. Seu lema é “Senhor por tua palavra lançarei as redes” Lc 5,5.
A posse do novo arcebispo será no próximo dia 06 de maio, às 19h, na Catedral Nossa Senhora das Dores (Praça Saraiva).
O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira de Cinzas, às 7h, no Palácio Episcopal, pelo administrador Arquidiocesano.
D. Jacinto Furtado de Brito Sobrinho nasceu em Bacabal – MA aos 16 de junho de 1947. Filho de Pedro Furtado de Brito e Maria Inês Ribeiro de Brito. O primeiro dentre os 5 filhos do casal.
Foi batizado na igreja de Santa Teresinha, em Bacabal, os 26 de outubro de 1947. Na mesma igreja crismado, tendo o Pe. José de Freitas Costa como padrinho. Aos 08 de dezembro de 1954, na Santa Missa celebrada por frei Celso Schollmeyer ofm, na paróquia e igreja do mesmo nome, recebeu a sua primeira comunhão.
Sua iniciação nos estudos foi em 1953 na Escola Nossa Senhora da Conceição. No grupo escolar Osvaldo Aranha cursou o primário entre os anos de 1954 a 1958. Feito o Exame de Admissão, em São Luís, regressou a Bacabal onde fez o curso ginasial no Colégio de Nossa Senhora dos Anjos, dirigido pelos Frades Franciscanos, tendo pertencido a primeira turma do referido estabelecimento de ensino.
Em 1963, orientado por Frei Solano Kühn ofm, Diretor do Ginásio, ingressou no Seminário Franciscano de Santo Antônio, em Campina Grande-PB, onde fez o Curso Clássico, embora não pretendesse entrar na Vida Religiosa, mas tão só por razões de estudo. Integrado como seminarista na Arquidiocese de São Luís, em 1966, cursou o 1º ano de Filosofia no Seminário Provincial de Fortaleza-CE. De 1967 a 1970 estudou no Seminário Regional do Nordeste, em Recife-PE, onde concluiu os cursos de Filosofia e Teologia, sendo que em 1968, com a criação da Diocese de Bacabal, ligou-se a esta Circunscrição Eclesiástica.
No ano de 1970 revalidou o seu curso de Filosofia na Universidade Católica de Pernambuco.
Das mãos de D. Pascásio Rettler, Bispo de Bacabal, recebeu, aos 15 de janeiro de 1972 a Ordenação Sacerdotal. Foi nomeado Pároco e tomou posse na Paróquia de São Benedito, de Pedreiras, aos 19 de março de 1972.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Consistório: Servir-lhes-á de exemplo e ajuda o testemunho de fé prestado pelo Príncipe dos Apóstolos, com a sua vida e morte, pois, por amor de Cristo, deu-se inteiramente até ao sacrifício extremo
DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
Basílica Vaticana
Sábado, 18 de Fevereiro de 2012
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«Tu es Petrus, et super hanc petram ædificabo Ecclesiam meam».
Venerados Irmãos,
Amados irmãos e irmãs!
Com estas palavras do cântico de entrada, teve início o rito solene e sugestivo do Consistório Ordinário Público para a criação dos novos Cardeais, que inclui a imposição do barrete cardinalício, a entrega do anel e a atribuição do título. Trata-se das palavras com que Jesus constituiu, eficazmente, Pedro como firme alicerce da Igreja. E o factor qualificativo deste alicerce é a fé: realmente Simão torna-se Pedro – rocha – por ter professado a sua fé em Jesus, Messias e Filho de Deus. Quando anuncia Cristo, a Igreja está ligada a Pedro, e Pedro permanece colocado na Igreja como rocha; mas, quem edifica a Igreja, é o próprio Cristo, sendo Pedro um elemento particular da construção. E deve sê-lo por meio da fidelidade à sua confissão feita junto de Cesareia de Filipe, ou seja, em virtude da afirmação: «Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo».
As palavras, que Jesus dirige a Pedro, põem claramente em destaque o carácter eclesial da celebração de hoje. De facto, através da atribuição do título duma igreja desta Cidade [de Roma] ou duma diocese suburbicária, os novos Cardeais ficam, para todos os efeitos, inseridos na Igreja de Roma guiada pelo Sucessor de Pedro, para cooperar estreitamente com ele no governo da Igreja universal. Estes dilectos Irmãos, que dentro de momentos começarão a fazer parte do Colégio Cardinalício, unir-se-ão, por vínculos novos e mais fortes, não só com o Pontífice Romano mas também com toda a comunidade dos fiéis espalhada pelo mundo inteiro. Com efeito, no desempenho do seu peculiar serviço de apoio ao ministério petrino, os neo-purpurados serão chamados a analisar e avaliar os casos, os problemas e os critérios pastorais que dizem respeito à missão da Igreja inteira. Nesta delicada tarefa, servir-lhes-á de exemplo e ajuda o testemunho de fé prestado pelo Príncipe dos Apóstolos, com a sua vida e morte, pois, por amor de Cristo, deu-se inteiramente até ao sacrifício extremo.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Forma Extraordinária em São Luis, dia 26 de Fevereiro
Blog Summorum Pontificum São Luis
Com muita alegria, anunciamos que teremos a Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano em São Luis do Maranhão, conhecida também como Missa Tridentina, no dia 26 de Fevereiro, Primeiro Domingo da Quaresma, às 10h da manhã, na Igreja de Nossa Senhora do Monte Carmelo, localizada no Largo do Carmo, na Rua do Egito. A Missa será celebrada pelo Frei Valdo Nogueira, OFMConv.
Maiores informações:
Higo - (98)8163-2068
Higo - (98)8163-2068
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Secretario del Pontificio Consejo para los Textos Legislativos realiza ordenaciones tradicionales
Monseñor don Juan Ignacio Arrieta Ochoa de Chinchetru, de la Prelatura del Opus Dei, Obispo titular de Civitate y Secretario del Pontificio Consejo para los Textos Legislativos, ha realizado ordenaciones menores y al subdiaconado, con la Forma Extraordinaria del Rito Romano, el pasado 11 de febrero en el Seminario de la Fraternidad Sacerdotal de San Pedro en Wigrazbad, Alemania.
Don Juan Ignacio Arrieta, español, nacido en Vitoria, se convierte en el número 260 de los obispos que han participado en un acto litúrgico con la Forma Extraordinaria del Rito Romano tras la promulgación del motu proprio Summorum Pontificum. Y en el noveno de los obispos españoles. ¡Laus Deo!
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Arcebispo de Miami celebra Solene Santa Missa Pontifical na Forma Extraordinária
South Miami (CBS 4) – Mais de mil pessoas lotaram uma igreja de South Miami para uma Missa especial. O arcebispo celebrou uma missa na forma extraordinária do Rito Romano, em latim, pela primeira vez aqui em 40 anos.
Foi um serviço com pompa e cerimônia, com os sacerdotes vestidos com paramentos tradicionais e levando velas. O aroma do incenso e o som dos cantos em latim e as orações encheram a Igreja da Epifania, em South Miami.
“Estamos unidos com nossos antepassados na fé que é uma outra forma de representar a unidade da Igreja”, disse o Arcebispo Thomas Wensi.
A Missa da noite dessa quinta-feira trouxe recordações a Lucy Jackson.
“Quando era mais nova a Missa era sempre em latim, sempre”, disse Jackson.
“Isto não é somente algo nostálgico para os católicos mais velhos. É algo pelo qual os jovens estão fortemente atraídos”, disse o padre Calvin Goodwin, da Fraternidade Sacerdotal São Pedro, um grupo muito tradicional de sacerdotes que estava visitando a cidade.
Havia pessoas de todas as idades na igreja e Elliot Clemente, de 18 anos, notou muitas diferenças entre essa Missa de quinta-feira à noite e Missa à qual assiste regularmente. Por exemplo: “ as coisas que o sacerdote faz ou as vestimentas usuais.
Durante a Missa, o arcebispo não ficava de frente para a assistência e, em vez disso, olhava para o altar.
Apesar de não entenderem o latim, muitos dos assistentes puderam seguir a Missa.
A multidão era tão grande que acabaram-se os folhetos que ajudavam os fiéis a seguir a celebração.
Do lado de fora da igreja, algumas pessoas ficaram protestando contra a visita do Papa a Cuba. Muitas pessoas que assistiram à Missa crêem que essa visita ajudará a renovar a fé da comunidade do Sul da Flórida.
O site da internet da Arquidiocese de Miami tem a homilía pronunciada por Mons. Wenski durante a Missa, assim como um artigo (artículo) que relata o acontecimento junto com algumas imagens. LiveMass.net tem disponível o vídeo da Missa.
Salvem a Liturgia
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Bento XVI envia novo Núncio ao Brasil
A Nunciatura Apostólica acaba de informar que o Papa Bento XVI escolheu o novo Núncio Apostólico para o Brasil, sucedendo a Dom Lorenzo Baldisseri. Trata-se do atual núncio da Tailândia e Camboja e Delegado Apostólico em Myanmar e Laos, Dom Giovanni D’Aniello.
Dom Giovanni tem 57 anos, nasceu em Aversa (Itália), foi ordenado sacerdote em dezembro de 1978. É doutor em Direito Canônico. Ingressou no Serviço Diplomático da Santa Sé em 1983, tendo desempenhado a sua atividade junto às Representações Pontifícias do Burundi, Tailândia, Líbano, Brasil e Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado, no Vaticano. Foi nomeado Núncio Apostólico na República Democrática do Congo, em 2001, e em 2010, foi transferido para a Tailândia e Camboja.
Dom Lorenzo Baldisseri, que foi nomeado secretário para a Congregação para os Bispos, no Vaticano, escreveu uma nota em que agradece ao povo brasileiro, e em especial, aos bispos do Brasil por sua acolhida.
“Ao concluir minha missão de Núncio Apostólico no Brasil, confio a estas linhas as expressões dos meus sentimentos de gratidão a todo o episcopado, ao clero e aos fiéis que me acompanharam durante estes nove anos aqui transcorridos, e por me terem facilitado o cumprimento do meu mandato”, disse Dom Lorenzo.
CNBB
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA
MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
PAPA BENTO XVI
PARA A QUARESMA DE 2012
«Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos
ao amor e às boas obras» (Heb 10, 24)
Irmãos e irmãs!
A Quaresma oferece-nos a oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre actual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.
1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objecto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo actual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.
O facto de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correcção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correcção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há-de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correcção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais rectamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.
2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.
O facto de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a actual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correcção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a acção do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).
3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efectivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf.Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre actual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.
Vaticano, 3 de Novembro de 2011
BENEDICTUS PP. XVI
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Tempo da Septuagésima
Espiritualidade
O tempo da Septuagésima compreende a duração das três semanas que precedem imediatamente à Quaresma. Ele forma uma das principais divisões do ano litúrgico e é repartido em três seções hebdomadárias: Septuagésima, Sexagésima e Quinquagésima. Como vemos, esses nomes expressam uma relação numérica com o nome Quaresma.
Este tempo foi criado para que nós, católicos, não entremos desprevenidos na Quaresma. Dado que ela é o grande tempo de conversão e renovação da Igreja, era necessário ir avisando os fiéis da sua chegada. Assim, o tempo da Septuagésima é uma espécie de tempo de exame de consciência, ou seja, é um tempo para refletirmos sobre nossos pecados pelos quais deveremos fazer penitência na Quaresma.
O próprio número setenta é simbólico: lembra os setenta anos do cativeiro do povo escolhido na Babilônia, símbolo do cativeiro do pecado, do qual Jesus veio nos libertar.
O tempo da Septuagésima compreende a duração das três semanas que precedem imediatamente à Quaresma. Ele forma uma das principais divisões do ano litúrgico e é repartido em três seções hebdomadárias: Septuagésima, Sexagésima e Quinquagésima. Como vemos, esses nomes expressam uma relação numérica com o nome Quaresma.
Este tempo foi criado para que nós, católicos, não entremos desprevenidos na Quaresma. Dado que ela é o grande tempo de conversão e renovação da Igreja, era necessário ir avisando os fiéis da sua chegada. Assim, o tempo da Septuagésima é uma espécie de tempo de exame de consciência, ou seja, é um tempo para refletirmos sobre nossos pecados pelos quais deveremos fazer penitência na Quaresma.
O próprio número setenta é simbólico: lembra os setenta anos do cativeiro do povo escolhido na Babilônia, símbolo do cativeiro do pecado, do qual Jesus veio nos libertar.
A Vida Sacerdotal
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Bênção de São Brás
Per intercessionem Sancti Blasii, Episcopi et Martyris,
liberet te Deus a malo guturis et a quolibet alio malo.
In nomine Patris + et Filii et Spiritus Sancti. Amen.
Por intercessão de S. Brás, Bispo e Mártir,
Por intercessão de S. Brás, Bispo e Mártir,
livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outra doença.
Em nome do Pai + e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Sete ordenações subdiaconais nos Estados Unidos
Dom Fabian Bruskewitz, bispo de Lincoln, Nebraska, ordenou sete novos subdiáconos, com os livros litúrgicos tradicionais, em Denton, dia 28 de janeiro passado
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Se a crise da Igreja é acima de tudo na Liturgia, comece-se por renová-la, diz Cardeal Koch
O restabelecimento da antiga missa latina [forma extraordinária do Rito Romano] é apenas “um primeiro passo”, de acordo com o Cardeal Kurt Koch, um oficial da Cúria Romana. Contudo, o tempo ainda não está maduro para os próximos passos, disse Koch no fim de semana em Friburgo. As questões litúrgicas estão obscurecidas por ideologias, especialmente na Alemanha [NdT: não só por lá, como bem sabemos nesta Terra de Santa Cruz]. Roma só poderá agir quando os católicos demonstrarem-se mais dispostos a pensar na nova reforma litúrgica “para o bem da Igreja”. O Cardeal discursou numa conferência sobre a teologia de Joseph Ratzinger, a qual também considerou o pontificado de Ratzinger como Papa Bento XVI. Em julho de 2007 o Papa Bento decretou que a Missa no Rito Tridentino, de acordo com o missal de 1962, pode ser novamente celebrada no mundo todo. O Missal de 1970 é ainda, entretanto, a “forma ordinária” da Celebração Eucarística na Igreja Romana. Koch é o presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Ele tentou refutar a acusação de que Bento XVI está indo contra o Concílio Vaticano II (1962-65), em suas questões litúrgicas: “o Papa sofre com esta acusação”. Muito pelo contrário, a intenção do Santo Padre é antes implementar os ensinamentos conciliares sobre a liturgia, ignorados até agora. As práticas litúrgicas atuais nem sempre tem algum fundamento real no Concílio. Por exemplo, a celebração versus populum nunca foi exigida pelo Concílio, disse o Cardeal. Um maior desenvolvimento na forma de culto divino é necessário para a renovação interior da Igreja: “Uma vez que a crise atual da Igreja é acima de tudo uma crise da liturgia, é necessário que se comece a renovar a Igreja hoje por meio da renovação da Liturgia".
Rádio Vaticana
New Liturgical Movement
Tradução do inglês para o português: Salvem a Liturgia
Forma Extraordinária em Vancouver
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