Gostaríamos neste dia de recordar algumas esclarecedoras palavras do Doutor da Graça a respeito da adoração da Santíssima Eucaristia propositalmente esquecidas pelos "liturgistas" nos últimos anos, mas felizmente relembradas pelo Santo Padre no n. 66 da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis:
Quando a reforma dava os primeiros passos, aconteceu às vezes não se perceber com suficiente clareza a relação intrínseca entre a Santa Missa e a adoração do Santíssimo Sacramento; uma objeção então em voga, por exemplo, partia da ideia que o pão eucarístico nos fora dado não para ser contemplado, mas comido. Ora, tal contraposição, vista à luz da experiência de oração da Igreja, aparece realmente destituída de qualquer fundamento; já Santo Agostinho dissera: « Nemo autem illam carnem manducat, nisi prius adoraverit; (...) peccemus non adorando – ninguém come esta carne, sem antes a adorar; (...) pecaríamos se não a adorássemos » (Enarr. in Ps 98, 9, CCL XXXIX, 1385). De fato, na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos.