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El primer volumen de su Opera Omnia es el tomo XI, dedicado enteramente a sus escritos sobre liturgia. El Papa afirma que se siente contento de que la colección de sus escritos comience precisamente por la liturgia ya que “desde la infancia ha sido para mí la realidad central de mi vida, capaz de responder a la pregunta « ¿por qué creemos?»”.
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El Papa, en la introducción, hace una especial referencia a su libro “El espíritu de la liturgia”, publicado en el año 2000, recordando que en aquel momento “casi todos los comentarios se centraron, lamentablemente, en algunos capítulos: el altar y la dirección de la oración en la liturgia. Los lectores de los comentarios deben estar convencidos de que todo el libro trataba sobre la orientación en las celebraciones y que su contenido era querer reintroducir la Misa «de espaldas al pueblo»”.
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Benedicto XVI confiesa luego: “Frente a estas interpretaciones, por un cierto tiempo he pensado en eliminar aquel capítulo –nueve páginas de un total de doscientas – de manera que finalmente pudiera quedar en evidencia lo que me interesaba efectivamente en el libro”. Y manifiesta que estudios sucesivos (como el de U.M. Lang y el de S. Heid) han mostrado que las ideas de fondo eran correctas: “la idea de que el sacerdote y los fieles debían mirarse unos a otros durante la oración ha surgido por primera vez en la era moderna y es completamente extraña al cristianismo antiguo ya que el sacerdote y los fieles no rezan uno al otro sino dirigidos al Señor”.
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Finalmente, el Papa alemán concluye: “Mientras tanto, afortunadamente se afirma cada vez más la propuesta realizada al final del capítulo denunciado: no cambiar la disposición de las iglesias sino simplemente poner una cruz en medio del altar, a la que miran juntos el sacerdote y los fieles, para dejarse así conducir al Señor, al cual todos juntos oramos”.
Liturgia, a confissão de Bento XVI: “A melhor maneira de celebrar a Missa é com o sacerdote de costas para os fiéis, mas em 2000 estive a ponto de me autocensurar”.
CIDADE DO VATICANO – Bento XVI foi tentado a eliminar as nove páginas nas quais explicava no ano 2000, quando ainda era o Cardeal Joseph Ratzinger, porque voltar o celebrante para os fiéis, como aconteceu depois do Concílio, representa uma escolha discutível, que contribuiu em muitos casos para tornar menos autênticas as liturgias. O próprio Pontífice confessa-o na apresentação ao primeiro volume que recolhe sua ‘Opera Omnia’, publicada na Alemanha por iniciativa da Conferência Episcopal Alemã.
As causas que o levaram a considerar o corte do texto (hipótese todavia descartada), explica o Papa, foram as polêmicas suscitadas por um capítulo de seu livro ‘O espírito da liturgia. Uma introdução’, publicado precisamente no ano 2000, no qual era recordado o motivo teológico da orientação tradicional dos altares. Nove páginas apenas que catalisaram a atenção da mídia, por terem sido assinadas pelo então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. E que hoje resultam assinadas pelo Papa. Se bem que alguém pudesse ler tais páginas como um convite a devolver aos altares sua antiga disposição, a proposta concreta que emergia há oito anos (que o Ofício de Celebrações Litúrgicas do Pontífice está pondo em prática) era, explica Bento XVI, “não fazer novas transformações, mas simplesmente pôr no centro do altar a cruz para a qual sacerdotes e fiéis se voltam conjuntamente, para se deixar conduzir pelo Senhor a quem todos rezam conjuntamente”. “Infelizmente – prossegue o Pontífice na introdução – quase todas as recensões se concentraram em alguns capítulos: o altar e a direção da oração da liturgia. Os leitores das recensões devem ter se convencido que todo o livro tratava da direção nas celebrações e que seu conteúdo visava a reintroduzir a Missa ‘de costas para o povo’. Considerando estas representações – confessa o Papa – por um tempo pensei em eliminar aquele capítulo – nove páginas em cerca de duzentas- de modo que pudesse finalmente emergir aquilo que no livro efetivamente me interessava”.
Serviram para convencer o Pontífice a não se autocensurar os livros publicados em seguida pelos teólogos U. M. Lang (com prefácio do próprio Ratzinger) e S. Heid, que “tornaram mais clara a matéria”, aprofundando aquilo que nas nove páginas era apenas mencionado, ou seja, que o celebrante não é o protagonista da liturgia para o qual os olhares devem se dirigir. Ele, assim como os fiéis, deve ao invés orar e olhar para o Senhor que se faz presente na Missa. “A idéia de que sacerdotes e fiéis na oração olham um para o outro foi introduzida somente nos tempos modernos e era completamente alheia aos antigos cristãos”, recorda a propósito o Papa. Os volumes de sua ‘Opera Omnia’ serão 16 ao todo. O primeiro a ser publicado é numerado como 11º porque o Pontífice sugeriu que iniciassem com o tema da liturgia, seguindo a ordem dos documentos do Concílio. O volume que será numerado como primeiro irá conter a tese de láurea e de doutorado de Joseph Ratzinger.
Fonte: Petrus Tradução: Oblatus