“Depois do Concílio Vaticano II” verificou-se, “aqui e além”, a errónea “impressão de que na missão dos sacerdotes neste nosso tempo, houvesse algo de mais urgente”, isto é, “que se devesse em primeiro lugar construir uma sociedade diferente” – observou Bento XVI, na audiência geral desta quarta-feira, na Praça de São Pedro. Ora, na realidade, “a missão sacerdotal” é essencialmente “cultual”.
“A identidade pessoal do padre, enraizada na sua chamada e na sua configuração com Cristo, não se pode separar da sua actividade pastoral. Na verdade, o ministério de cada padre é essencialmente cultual, no pleno sentido da palavra: significa tornar os fiéis capazes de oferecerem a sua vida a Deus como sacrifício que lhe é agradável”.
Por outras palavras, há que manter sempre unidos “os dois elementos essenciais dos sacerdotes: anunciar o Evangelho e expulsar os espíritos do mal”. “Palavra e sacramento são as duas colunas do serviço sacerdotal”.
“Na vida do presbítero, não se encontram separados anúncio missionário e culto. É mediante a pregação do Evangelho que se gera nos crentes a fé, para que estes se unam ao sacrifício de Cristo com o sacrifício espiritual das suas vidas. É urgente recuperar o primado da graça divina, assim como a consciência da própria identidade, no exercício do ministério sacerdotal”, cujos elementos essenciais são o anúncio da Palavra e a celebração dos sacramentos".
Trata-se, insistiu o Papa, de um “primado absoluto”, sobre o qual há que recuperar uma convicção “clara e inequívoca”. “O amor pelo próximo, a atenção à justiça e aos pobres – advertiu Bento XVI – não são tanto temas de moral social, mas sobretudo expressão de uma concepção sacramental da moralidade cristã”.
“É de Deus que vem a graça da renovação espiritual, para os padres como para toda a Igreja. Trata-se acima de tudo de avançar cada vez mais na identificação com Cristo, que assegura a fidelidade e a fecundidade do testemunho evangélico”. O Padre é um convertido, renovado pelo Espírito, chamado por Deus para que a Palavra da salvação chegue até aos confins da terra".
Leiamos a saudação dirigida pelo Papa aos peregrinos de língua portuguesa:
“Amados peregrinos de língua portuguesa, uma saudação afectuosa para todos, especialmente para os grupos do Brasil e de Portugal: esta peregrinação a Roma encha de luz e fortaleza o vosso testemunho diário como seguidores de Jesus Cristo, único Salvador e Senhor da vida: fora d'Ele, não há vida, nem esperança de a ter. Com Cristo, sucesso eterno à vida que Deus vos confiou. Sobre cada um de vós e respectiva família, desça a minha Bênção.”
Fonte: Radio Vaticana