domingo, 5 de julho de 2009

Na hora das trevas da “silenciosa apostasia” o Sucessor de Pedro age para que haja luz


por padre Nicola Bux e padre Salvador Vitiello

Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Clemente Romano, ao falar das mortes dos apóstolos Pedro e Paulo, observa que a inveja de alguns na própria comunidade cristã facilitou-as. Após dois mil anos, o pecado está sempre presente nos homens. Há os que se alegram com o Magistério pontifício, mesmo porque colocou um freio na interpretação “descontínua” do Concilio Vaticano II, explicando que os conflitos disseminados na área da doutrina, da educação e da liturgia são o resultado de um mal-entendido e que o Concilio foi claro.

O Papa é “Pedro”, o chefe dos apóstolos. Os seus irmãos Bispos pastoreiam legitimamente o rebanho de Cristo somente em união efetiva e afetiva com a Cátedra de Pedro. Caso contrário, retorna-se à experiência do século IV, quando quase todos os Bispos do mundo se dobraram à vontade de um imperador ariano. Somente o Papa, e um punhado de Bispos fiéis a ele, preservaram a fé católica. O Papa está ali para recordar que a Igreja não é uma estrutura humana. Esse também é o motivo pelo qual muitas culturas e muitos povos diferentes encontram nela a suão identidade.

Como muitas vezes lembrou o Servo de Deus João Paulo II, estamos no meio de uma “silenciosa apostasia”, que está se tornando cada vez menos silenciosa e cada vez mais evidente. Na história da Igreja nunca houve uma falta de fé assim tão disseminada. O adversário é sutil e insere flechas no fundo do coração dos homens, tão profundamente que são quase invisíveis. Basta pensar no profeta Daniel, que alertava que o adversário tomaria o poder em todas as nações de modo pacífico e com promessas.

O Cardeal J.H. Newman supunha que a apostasia do povo de Deus, em diversas épocas e lugares, tivesse sempre precedido os “anticristos”, tiranos como Antioco e Nero, Juliano o Apostata, os líderes ateus da Revolução francesa, cada “tipo” ou “presságio” do anticristo, que viria no fim da história, quando o mistério de iniquidade manifestaria a sua insensatez final e terrível. A incapacidade dos fiéis de viver a própria fé, alertava Newman, como nas épocas precedentes, teria levado “ao reino do homem do pecado, que teria negado a divindade de Cristo e colocado a si próprio em seu lugar” (M.D.O’Brien, O Inimigo, Cinisello Balsamo 2006, pp. 175-176).

Há a tentativa de reduzir a Igreja a uma agência mundial humanitária e a utopia que a unidade das nações possa ser realizada pelos organismos internacionais e não por Cristo. Mas o Senhor, mesmo se dorme no barco em meio à tempestade, no momento final despertará e aplacará as ondas. Depois voltará e nos perguntará por que tivemos tão pouca fé. Enquanto isso, carregamos a cruz. Observamos a traição. Sofremos.

Escreve ainda Newman: “O objetivo do diabo, quando semeia a revolução na Igreja é levá-la à confusão, para que a sua atenção se distraia e as suas energias se dispersem. Desse modo, enfraqueceremos justamente no momento da história em que precisamos ser mais fortes”. “Por que o Santo Padre não age? Não pode impor a esses prelados a obediência?”. “Ele fez isso repetidamente e do modo mais cristão. Mas não comanda uma polícia, ou um exército. Recentemente foi mais firme com os dissidentes […] A solução, porém, não é o autoritarismo, porque este somente jogaria gasolina no fogo da revolta. O Santo Padre age para que haja luz. Lembra a todos nós Aquele que levou a cruz e que nela morreu. Em suas mãos leva somente isso, uma cruz; fala sempre do triunfo da Cruz. Aqueles que não querem escutar responderão a Deus”.

Fonte: Agência Fides