terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Antífonas O (VI) O Rex gentium



Ó Rei das nações! Estais a aproximar-vos cada vez mais desta Belém onde devereis nascer. A viagem está a findar e vossa augusta Mãe, que um dulcíssimo fardo consola e fortifica, vai pelo caminho, conversando convosco. Ela adora a vossa divina majestade e agradece a vossa misericórdia; ela se regozija por ter sido escolhida para o sublime mistério de servir de Mãe a um Deus.

Ela deseja e apreende, ao mesmo tempo, o momento em que, enfim, seus olhos vos contemplarão. Como conseguirá prestar serviços dignos de vossa soberana grandeza, se ela estima ser a última das criaturas? Como ousará, então, vos erguer em seus braços, vos aconchegar em seu coração, vos amamentar em seu seio humano e mortal?

Contudo, quando a Virgem Mãe pensa no momento que se aproxima, quando, sem deixardes de ser seu Filho, deixareis o ventre imaculado, necessitando de todos os cuidados de sua ternura, seu coração desfalece e o amor materno, confundindo-se com o amor que a doce Mãe tem por Deus, faz com que ela se sinta desfalecer, diante da luta desigual da fraca natureza humana, contra as mais fortes e poderosas de todas as afeições, reunidas num só coração; o seu.

Mas vós a submeteis, ó Desejado das nações! Pois, desejais que ela consiga cumprir vosso bem-aventurado desígnio, que deve dar à terra o Salvador, e aos homens, a Pedra angular que os reunirá numa única família.


Dom Guéranger
Ano Litúregico
Advento XXII de dezembro