Dom Fernando com fiéis latinos após Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano pela manhã na igreja de São João Batista em Fortaleza |
Dom Fernando Guimarães saúda fiéis melquitas após Divina Litúrgia a tarde na igreja de Nossa Senhora do Líbano |
O bispo da diocese de Garanhuns, em Pernambuco, dom Fernando Guimarães, visitou ontem a Igreja de Nossa Senhora do Líbano, templo da Igreja Greco-Católica Melquita, no Meireles. A visita apostólica do bispo faz parte de uma série de outras sete feitas em nome do papa Bento XVI às paróquias greco-católicas melquitas em todo o Brasil.
Dom Fernando explica que as visitas apostólicas são uma espécie de auditoria, em que é feito um levantamento da situação das paróquias. O resultado das visitas, iniciadas em janeiro, deve ser enviado ao Vaticano no fim do mês.
De acordo com o bispo, entre os desafios da Igreja, que foi trazida ao Brasil por imigrantes sírios e libaneses no século XIX, está a adoção do rito bizantino. “As atuais gerações de descendentes já não se sentem ligados ao rito. Quem vai dar continuidade?”, questiona-se.
Outro problema de ordem pastoral, assinala o enviado do Vaticano, está na questão nos sacramentos. No rito oriental, batismo, primeira comunhão e crisma são ministrados na mesma ocasião.
Para dom Fernando, porém, a diversidade ritual na Igreja Católica não é um problema, mas uma riqueza. “A liturgia bizantina é bonita. A mim sempre me encantou”, avalia.
O visitador apostólico, nomeação dada ao bispo pelo Vaticano, diz não poder detalhar as consequências de suas visitas às paróquias melquitas, pois cabe a ele apenas informar a situação delas à Santa Sé. “A intenção fundamental do Santo Padre é amar, fortalecer, estimular a tradição bizantina, greco-melquita no Brasil”, avalia.
O título de Igreja Greco -Católica Melquita surgiu em 1724, quando parte dos melquitas (“realistas”, em siríaco) se decidiu pela comunhão com o papa. O rito utilizado é o bizantino, utilizado na antiga Constantinopla há mais de 1600 anos.
Fonte: O Povo