quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bento XVI faz apelo a favor da libertação de cristã paquistanesa e em defesa dos cristãos no Paquistão

A seagull flies behind Pope Benedict XVI on November 17, 2010 during his weekly general audience in Saint-Peter's square at the Vatican.


(17/11/2010) Bento XVI pediu esta Quarta-feira a libertação da paquistanesa Asia Bibi, cristã de 45 anos condenada à morte sob a acusação de blasfémia.

Num apelo lido após a habitual catequese, perante milhares de pessoas, Bento XVI falou da “difícil situação” dos cristãos no Paquistão, “muitas vezes vítimas de violência ou discriminação”.

"Nestes dias, a comunidade internacional acompanha com grande preocupação a difícil situação dos cristãos no Paquistão, que muitas vezes são vítimas de violências ou discriminação"

"De modo particular, hoje, manifesto a minha proximidade espiritual à senhora Asia Bibi e aos seus familiares, e peço para que, quanto antes, lhe seja restituída a plena liberdade. Além disso, rezo por todos aqueles que se encontram em situações análogas, para que a sua dignidade humana e os seus direitos fundamentais sejam plenamente respeitados" , disse o Papa, durante a audiência geral na Praça de S. Pedro.

A sentença contra Asia Bibi, mãe de cinco filhos, foi divulgada na última semana por um tribunal de Nankana, a cerca de 75 quilómetros de Lahore, capital cultural do país.

Para o bispo de Islamabad, Rufin Anthony, trata-se de uma “verdadeira vergonha”, apelando ao fim da lei contra a blasfémia, no Paquistão.

O caso remonta a Junho de 2009, quando mulheres muçulmanas que trabalhavam com Asia Bibi foram ver um responsável religioso e acusaram a cristã de proferir blasfémias contra o profeta Maomé.
Várias ONG’s do Paquistão estão a recolher assinaturas para revogar a condenação à morte, juntando-se a instituições católicas.

O observatório para a liberdade religiosa no mundo da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) afirma a respeito do Paquistão que "o pior instrumento de repressão religiosa é a lei da blasfémia, a qual continua a causar cada vez mais vítimas".

Esta lei refere-se na realidade ao Artigo 295, do Código Penal paquistanês. A secção B refere-se a ofensas contra o Alcorão que são puníveis com prisão perpétua; a secção C refere-se a actos que enxovalham o profeta Maomé, puníveis com prisão perpétua ou com a morte.

Durante o seu encontro com os milhares de pessoas congregadas esta quarta feira na Praça da S. Pedro para a habitual audiência geral , Bento XVI falou de Santa Juliana de Cornillon, natural da Bélgica e que viveu no fim do século XII.