Roma 17 mar (RV) - O Santo Padre deixou Roma às 10 horas da manhã hoje, hora local, para a sua primeira viagem à África, que o levará a Camarões e Angola. Serão sete dias, durante os quais o papa dará uma especial atenção às guerras, à fome e às doenças que castigam a população do continente.Em Yaoundé, capital de Camarões, o papa permanecerá até sexta-feira, dia 20 e ali entregará o Instrumentum Laboris, o Instrumento de Trabalho do segundo Sínodo para a África que se realizará no Vaticano no próximo mês de outubro. De 20 a 23 de março o papa estará em Angola. Muitos encontros na agenda, com os políticos, com os bispos, com os religiosos e religiosas, com os leigos, com os movimentos femininos católicos.
Em Yaoundé, onde o papa deve chegar por volta das 16 horas, hora local, meio-dia em Brasília, Bento XVI será recebido no aeroporto Nsimalen pelo presidente do país, Paul Biya. Após o discurso de boas-vindas do presidente, o Papa dirigirá, ao continente, sua primeira saudação em terras africanas. Na conclusão da cerimônia o papa deixará o aeroporto e se dirigirá para a nunciatura apostólica onde pernoitará. Amanhã, quarta-feira, o primeiro compromisso do Papa será a visita de cortesia ao presidente da República. O Santo Padre encontrará ainda os bispos de Camarões e presidirá na Basílica Maria Rainha dos Apóstolos, a oração das primeiras Vésperas da solenidade de São José, com a participação dos bispos, sacerdotes, religiosos, seminaristas, diáconos, movimentos eclesiais e de representantes de outras confissões cristãs.
Domingo durante o Angelus Bento XVI pediu aos fiéis que o acompanhassem com as suas orações nesta sua 11ª viagem apostólica internacional…
“Parto para a África – disse – com a consciência de não ter nada a propor e a dar aos que encontrarei, a não ser Cristo e a Boa Nova da sua Cruz, mistério de amor supremo, de amor divino, que vai além de toda resistência humana e torna possível até o perdão e o amor pelos inimigos”. Em Luanda, aonde chegará no próximo dia 20, Bento XVI lembrará o aniversário de 500 anos da evangelização de Angola, o primeiro território do sul africano a receber missionários. Esta é a primeira viagem de um pontífice ao continente desde março de 1998, ocasião em que João Paulo II visitou a Nigéria e beatificou Cyprian Michael Iwene Tansi, um monge nigeriano que morreu em Londres em 1964.
Depois de mais de uma década, muitos problemas econômicos, sociais e políticos da África continuam presentes no dia a dia dos africanos. Documentos do Vaticano em preparação para a viagem ressaltam que avançam a corrupção, o mau Governo, a desigualdade social, as doenças, a pobreza e a distância cada vez maior entre governantes e cidadãos.
Além disso, guerras e conflitos continuam tendo força, acordos de paz e tréguas não são respeitados por muito tempo e as violações dos direitos humanos se perpetuam diante da indiferença da comunidade internacional. Mesmo diante deste cenário, o papa reconheceu a "enorme potencialidade e esperança" do continente africano.
Segundo o diretor da Sala de Imprensa vaticana, Padre Federico Lombardi, o papa pedirá “reconciliação, paz e justiça” para os povos da África - esse é o lema do II Sínodo de Bispos africanos.
O encontro no Vaticano no próximo mês de outubro será realizado em um momento de expansão do catolicismo na África. O número de católicos cresceu 3,1% nos últimos anos e, segundo dados do Vaticano, a República Democrática do Congo (97 milhões de fiéis), Uganda (56 milhões) e Nigéria (47 milhões) estarão entre os dez maiores países católicos do mundo em 2050.
A Igreja Católica considera a explosão do catolicismo na África Subsaariana durante o século XX como um dos maiores êxitos missionários em sua história. O número de fiéis na região passou de 1,9 milhões em 1900 para 139 milhões no final do ano 2000.
Mas quais países o papa irá encontrar na sua viagem?
Bento XVI chega a Camarões, país no qual os católicos totalizam 26,8% da população, os muçulmanos, 22%, e o restante mantém a fé em religiões tradicionais. Segundo dados de 2007 da ONU, Camarões é considerado o país mais corrupto do mundo. O Vaticano diz que os bispos estão preocupados com a apropriação indevida, o roubo de animais, o desperdício de recursos públicos e com o aumento do desemprego entre jovens.
Já na segunda etapa da viagem, Angola, na capital, Luanda, Bento XVI abençoará o processo de consolidação da paz iniciado em 2002 e os progressos econômicos registrados nos últimos anos, cujos benefícios, segundo o relatório vaticano, devem ser repartidos por toda a população, especialmente os mais pobres.
Considerado como o país africano que mais cresce - é o maior exportador de petróleo do continente - Angola ainda tem 70% de sua população vivendo na miséria e 17% de analfabetos. (SP)
Fonte: Radio Vaticano
Em Yaoundé, onde o papa deve chegar por volta das 16 horas, hora local, meio-dia em Brasília, Bento XVI será recebido no aeroporto Nsimalen pelo presidente do país, Paul Biya. Após o discurso de boas-vindas do presidente, o Papa dirigirá, ao continente, sua primeira saudação em terras africanas. Na conclusão da cerimônia o papa deixará o aeroporto e se dirigirá para a nunciatura apostólica onde pernoitará. Amanhã, quarta-feira, o primeiro compromisso do Papa será a visita de cortesia ao presidente da República. O Santo Padre encontrará ainda os bispos de Camarões e presidirá na Basílica Maria Rainha dos Apóstolos, a oração das primeiras Vésperas da solenidade de São José, com a participação dos bispos, sacerdotes, religiosos, seminaristas, diáconos, movimentos eclesiais e de representantes de outras confissões cristãs.
Domingo durante o Angelus Bento XVI pediu aos fiéis que o acompanhassem com as suas orações nesta sua 11ª viagem apostólica internacional…
“Parto para a África – disse – com a consciência de não ter nada a propor e a dar aos que encontrarei, a não ser Cristo e a Boa Nova da sua Cruz, mistério de amor supremo, de amor divino, que vai além de toda resistência humana e torna possível até o perdão e o amor pelos inimigos”. Em Luanda, aonde chegará no próximo dia 20, Bento XVI lembrará o aniversário de 500 anos da evangelização de Angola, o primeiro território do sul africano a receber missionários. Esta é a primeira viagem de um pontífice ao continente desde março de 1998, ocasião em que João Paulo II visitou a Nigéria e beatificou Cyprian Michael Iwene Tansi, um monge nigeriano que morreu em Londres em 1964.
Depois de mais de uma década, muitos problemas econômicos, sociais e políticos da África continuam presentes no dia a dia dos africanos. Documentos do Vaticano em preparação para a viagem ressaltam que avançam a corrupção, o mau Governo, a desigualdade social, as doenças, a pobreza e a distância cada vez maior entre governantes e cidadãos.
Além disso, guerras e conflitos continuam tendo força, acordos de paz e tréguas não são respeitados por muito tempo e as violações dos direitos humanos se perpetuam diante da indiferença da comunidade internacional. Mesmo diante deste cenário, o papa reconheceu a "enorme potencialidade e esperança" do continente africano.
Segundo o diretor da Sala de Imprensa vaticana, Padre Federico Lombardi, o papa pedirá “reconciliação, paz e justiça” para os povos da África - esse é o lema do II Sínodo de Bispos africanos.
O encontro no Vaticano no próximo mês de outubro será realizado em um momento de expansão do catolicismo na África. O número de católicos cresceu 3,1% nos últimos anos e, segundo dados do Vaticano, a República Democrática do Congo (97 milhões de fiéis), Uganda (56 milhões) e Nigéria (47 milhões) estarão entre os dez maiores países católicos do mundo em 2050.
A Igreja Católica considera a explosão do catolicismo na África Subsaariana durante o século XX como um dos maiores êxitos missionários em sua história. O número de fiéis na região passou de 1,9 milhões em 1900 para 139 milhões no final do ano 2000.
Mas quais países o papa irá encontrar na sua viagem?
Bento XVI chega a Camarões, país no qual os católicos totalizam 26,8% da população, os muçulmanos, 22%, e o restante mantém a fé em religiões tradicionais. Segundo dados de 2007 da ONU, Camarões é considerado o país mais corrupto do mundo. O Vaticano diz que os bispos estão preocupados com a apropriação indevida, o roubo de animais, o desperdício de recursos públicos e com o aumento do desemprego entre jovens.
Já na segunda etapa da viagem, Angola, na capital, Luanda, Bento XVI abençoará o processo de consolidação da paz iniciado em 2002 e os progressos econômicos registrados nos últimos anos, cujos benefícios, segundo o relatório vaticano, devem ser repartidos por toda a população, especialmente os mais pobres.
Considerado como o país africano que mais cresce - é o maior exportador de petróleo do continente - Angola ainda tem 70% de sua população vivendo na miséria e 17% de analfabetos. (SP)
Fonte: Radio Vaticano